sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

DESENCONTROS E SHOW DE TIBÉRIO AZUL


21h12. Sei lá. Queria só começar o post desse interessante horário que é igual de trás para frente e de frente para trás. Tentei ler um conto, mas achei tantos detalhes desnecessários, só para fazer estilo, que desisti. Será que caio na mesma armadilha? Apenas conto o que me acontece por dentro e ao redor, tento ser o mais objetivo e claro possível. Meu amigo da piscina disse que vai embora amanhã às 17h00 para a sua nova vida. Queria ser melhor no que faço, mas não sei como. Queria ter um assunto mais interessante para comentar, mas o que há de mais interessante para mim que a minha própria vida? A garota da noite? A garota da noite não quer nada comigo. Devo enterrá-la no meu passado. Acho que isso eu consigo. Abraçar de novo a solidão, essa inafastável companheira. Parece que eu atraio a solidão para mim. Certamente o faço. Isso me veio agora claro como o dia. Teria que fazer o movimento contrário e buscar me socializar mais. Buscar uma terapia, isso, sim. É a forma de intimidade mais rápida que posso conseguir e ainda pode me ajudar. Socializar só posso no final de semana, agora que o meu amigo da piscina vai partir. Talvez uma vez ou duas no mês durante a semana com o meu amigo jurista, mas já não tenho tanta certeza. Vi até um vídeo interessante sobre proporções de corpos celestes agora no Facebook. O meu post anterior está com 10 visualizações. Não passa de muito mais que isso. Alguns chegavam a 40. No passado. Talvez se eu publicar menos, atraia mais público. Mas necessito escrever.

23h08. Estou desiludido com o meu blog, apenas 11 visualizações até agora. Melhor, menos pessoas sabem de mim. Tenho que acatar e seguir adiante. Esse é o meu mantra agora. E se 11 pessoas clicaram para ler um post que só tinha o título e um começo de texto (chato por sinal) é uma grande coisa. Tocando a música de Clementine. Ah, Clementine, ainda bem que consegui defenestrar você do meu peito. Você pesou um bocado aqui, sabia? Você que nunca leu nem lerá isso. Tudo bem. Eu não faço a mínima questão que você leia. Entretanto, vou lembrar de você sempre que ouvir essa música. Qual música? Infelizmente, não direi, caro leitor, sob pena de desmascarar a real identidade de Clementine. Não que ela não saiba. Ainda lateja, Clementine, quando ouço a sua música. É inevitável. Mas é uma linda música como você. O que diria hoje para você? Realmente não sei. Não tem nada que eu queira dizer. Talvez, boa sorte, seja muito feliz. Você foi e segue, mas ficou um gosto amargo, metálico na minha boca. Como o sangue dos corações loucamente apaixonados. Mas você passou. A paixão platônica que a sucedeu me curou de você. É só cicatriz hoje. Nesse peito cheio de cicatrizes. Mas de todas, você foi a que feriu mais fundo. A impossibilidade de você, primeira grande paixão platônica, que acalentei por nem sei mais quanto tempo, tempo mais que bastante. Mais que demais. Dou graças aos céus pelo surgimento de nova paixão platônica. Essa, por sua vez, defenestrada do meu peito, acho eu, pela garota da noite. O mais perto que cheguei de uma paquera real em muito, muito, muito, muito, muito, tempo. Agora o meu peito está trabalhando para expulsar a garota da noite. Vai acontecer. Cedo ou tarde. E a solidão me abraça com o seu abraço frio me querendo só para ela. E eu me entrego, que mais posso fazer? O que podia, já fiz. E fui desprezado como um cão sarnento. Como um leproso. Como um viciado, curatelado, bipolar que deveras sou. Ah, mas sou mais que isso. Não muito, mas o suficiente para amar.

23h32. Que curioso. Olhei para o relógio e lá estava outro horário que é igual de trás para frente. Também, com tantos horários que escrevo é de se supor que coincidências como essa ocorram. Nada de surpreendente, mas curioso mesmo assim. O que tenho mais para falar de amor? Que não sei amar. Amo à moda antiga, acho eu. Ninguém quer esse tipo de amor hoje em dia. Ninguém que me interesse, pelo menos. Como a garota da noite, eu não vou ficar com alguém pela qual eu não tenha o mínimo interesse. E dificulta eu ser baixinho, barrigudo e narigudo. Se usasse bigodes, seria o próprio cover de Super Mario. Hahahaha. “Subterranean Homesick Alien”, acho a mais linda do “OK Computer”. Meu amigo Marinheiro está em maus lençóis e, acredito eu, por algo que não fez. A vida é muito injusta e severa com algumas pessoas. Acho que ele está com raiva de mim. Falou pouco comigo. Foi frio e distante. Vou até deixar uma mensagem para ele perguntando se o ofendi de alguma forma quando repartiu o seu problema comigo na segunda. Acho que magoei também o meu amigo da piscina, por não ter aceito o seu convite hoje de pronto, considerei e quando soube que ele partiria amanhã e que talvez não o veja mais, resolvi descer para encontrá-lo, ele disse que havia tomado um remédio para dormir. O que me soou como uma desculpa. Mas tudo bem, tomarei por verdade. Fato é que ter dois amigos ressentidos comigo não é uma coisa legal. Não é uma coisa que geralmente possua. Não me lembro de ter possuído antes. Primeira vez para tudo. E não está sendo legal. Parece ressaca moral. Muito parecido. Só que não ingeri nada. Por falar nisso, preciso ingerir os meus remédios.

0h03. Pronto. Eita, a música que gravei para a garota da noite. Essa eu posso dizer. “Cantada (Depois de Ter Você)” de Adriana Calcanhotto, mais conhecida na voz de Maria Bethânia. Se conhecida. Obviamente não é nenhum hit do Safadão, mas foi tema de novela, eu acho. Papel ridículo pelo qual quase passei. Ela parou de ver as minhas mensagens antes. Mandei ao todo quatro blocos de mensagens. O quarto nunca foi visto. Que era o que continha o vídeo. Para a minha sorte, creio. Sei que essa menina vai fazer de tudo para me evitar agora. Mas, infelizmente, mais para ela que para mim, nós inevitavelmente nos cruzaremos. Não lhe dirigirei a palavra, não deixarei de ser cortês, mas na minha ficarei. Vai ser uma situação para lá de desconfortável para os dois. Eu ando fazendo cada merda, vixe. Ou as pessoas andam sensíveis demais. Sei lá. Prefiro acreditar que sou eu fazendo merda. São três contra um. A verdade deve estar com a maioria. E eu que pensava que eu era o sensível. Vai ver que minha trajetória de vida nos últimos anos me empederniu. Vai ver, não, tenho certeza disso. Hoje sou uma pessoa bem mais insensível do que já fui. Mereço mesmo o que estou fazendo comigo, me deixando esquecido num quarto com minhas palavras. Eu bem que podia me dar um tempo. Mas é só o que me dou, é a minha maior posse, o tempo. O que faço dele é que está meio torto esses dias. Não falo de escrever, mas da inaptidão para lidar com as pessoas. Gerando mágoas. Será que o meu lidar com as pessoas está se perdendo? Sim, parece muito que sim e isso é assustador. Mas não vou catastrofizar ainda. Podem ser coincidências. Fico já a me perguntar se a minha interação durante o show de Lenine com o meu amigo professor e o meu amigo projetista foi realmente a contento para eles como foi para mim. Fico na dúvida agora. Quer saber? O máximo que posso fazer é ser franco evitando coisas que magoem desnecessariamente as pessoas. E tento ser simpático também, mas confesso que essa simpatia tem me escapado aos poucos. Pelo menos estou falando mais com as pessoas. Achava que esse era um passo na direção correta, mas se as firo, melhor calar novamente. Acho que estou fazendo drama demais. Não deve nada estar tão ruim assim. Se estiver, tenho que respeitar, acolher e seguir em frente. Tentando consertar o que tem conserto. O que não tem remédio remediado está. Mas não quero perder pessoas que estimo tanto quanto o Marinheiro e o meu amigo da piscina. Queria muito que meu amigo jurista se manifestasse amanhã, me desse uma boa notícia. De que vamos ao cinema ou jogar Super Mario Odyssey. Estou começando a ficar com sono. 0h59. 1h00. Acabou de virar o horário. Acho que vou comer para dormir. Esse post está muito baixo-astral. Espero que amanhã acorde com alma mais leve e iluminada. Amanhã tem show de um conhecido meu na Casa Astral. Acho que vou para prestigiar. Tanto a Casa Astral quanto o conhecido. Tenho que negociar com a minha mãe.

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13h11. Sonhei que beijava Clementine, que coisa. Nunca durante todos os anos de paixão por ela eu havia sonhado nada nem remotamente próximo a isso. O sonho foi ótimo, mas nem por isso acordei apaixonado por ela. Graças, se há uma coisa que o meu consciente não quer é reavivar esse sentimento. Pelo menos não sinto agora a mágoa que sentia ontem. Isso abrandou, o que é bom. Não gosto de carregar mágoas. São peso morto, de sentimentos mortos. Por que será que sonhei isso? Por causa do que escrevi à noite? É uma possibilidade. Ou pode ser que a minha necessidade de trocar carinho esteja tamanha que sonho com isso. Não sei, não sou um bom intérprete de sonhos, nunca li a obra de Freud, não tenho embasamento nenhum. Então melhor deixar para lá e seguir o meu dia. Quando a fantástica faxineira vier arrumar o meu quarto, eu vou comprar minha carteira semanal de cigarros. Acho que minha mãe não deixou a chave da despensa comigo. É, não deixou. Vou ter que passar o dia à água mesmo, como havia combinado comigo mesmo. Não me agrada a ideia, olhando bem o prospecto da investida. Estou bastante condicionado a ter Coca sempre que necessito ou quero. É bom para descondicionar um pouco e ver se a Coca tem algum efeito no meu peso. Há um primo meu de Natal que é Bolsonaro fechado. Tenho medo de um retrógrado como ele ser eleito. Mas não vou falar de política que também não entendo. Mas acabei de mandar um tweet para Luciano Huck perguntando se havia amarelado. Hahahaha. Não que o queira como presidente do país. Na verdade, estou curioso para ver quem serão os candidatos. Será que teremos mais do mesmo? É bem provável. Acho que vou revisar o texto do Desabafos do Vate para postar.

15h54. A fantástica faxineira veio arrumar meu quarto. Fui comprar cigarro e folheei a veja, tenho que falar para o meu amigo cervejeiro que tem uma matéria na Veja falando de cervejas artesanais e do aumento de seu consumo. Não li o artigo, só vi o gráfico. Meu amigo Marinheiro respondeu a minha mensagem de ontem dizendo que não estava com raiva de mim, nem ressentido, nem nada. Que ótimo! Fiquei bastante aliviado. Falta o meu amigo da piscina. Vou mandar uma mensagem para ele. Não está enviando. Será que ele tirou o chip do celular ou coisa do gênero? A internet do meu eu sei que está pegando. Bom, é a vida. Eu poderia interfonar, mas não tenho coragem. Prefiro o texto à voz, a luz ao vento, como diria Chico. Quem sabe eu não tome coragem e vá lá? É alguns andares acima. Só subir e tocar na casa da mãe dele. São 16h13. Ele disse que iria às 17h00. Tenho até as 16h30 para me decidir. Dentro de mim o não ir é muito mais forte que o ir. E o fato dele ter desativado o celular deve significar que não quer conversa com ninguém. Mas acho que seria o mais honrado à nossa amizade ir lá. A despeito de ele não querer ver ninguém. Só para fumar um cigarro. 16h22. A dúvida me consome. Como ele disse, quando não quiser ir, fazer o movimento contrário. 16h30. Vou lá.

16h33. Fui até a porta do elevador e mudei de ideia. É demais para um ser antissocial como eu. Se ele desligou o celular é porque não quer mais contato com ninguém. Está no momento dele, de transformação da vida. É um cara bravo e corajoso. Não teme o novo. O inverso de mim nesse aspecto. Em quase todos os aspectos. Às vezes penso que sou o inverso da maioria dos mortais. E isso é ruim, gera um ruído que atrapalha as relações. É o preço que se paga por ser do jeito que se quer ser. O problema que o que quero ser é bem incompatível com o resto do mundo. 16h44. Em teoria ainda daria tempo de ir ver meu amigo. Meu amigo. Amigo. Coisa rara. Acho que vou.

16h47. Voltei. Do corredor mesmo. Não sei o que há comigo. Que ozzy. 16h49. Deixa para lá, agora é tarde. Vou carregar essa culpa até me esquecer dela. Vi que a última vez que ele acessou o WhatsApp foi ontem às 23 e pouca. Acho que não quer realmente contato com ninguém. Respeitar esse lado também. Não sei se isso sou eu inventando desculpas, mas acho que a despedida seria algo constrangedor a priori para os dois, mas ao mesmo tempo reforçaria os laços da nossa amizade. Agora que comi e tomei Coca – estava tomando água até agora, 17h06; um recorde – me deu mais coragem de ir lá.

17h10. Não consegui de novo. Que ozzy. Desisto de vez agora. Vai ficar sem despedida. Odeio despedidas, esqueci de mencionar esse fato. Acho do mesmo naipe que “Parabéns Pra Você” em aniversários. Posso fazer por etapas, interfonar, ver se ele está lá e daí... me perdi em pensamentos.

17h24. Agora realmente é tarde demais. Eu sabendo que o cara vai de 17h00, ligar de 17h26 é querer não pegar ele em casa mesmo. Pega até mal, sei lá. No som, Björk canta “Urban didn’t tame me”, pois eu sou completamente urbano. Por mais que não saia do meu quarto que, tendo internet e eletricidade, poderia ser em qualquer lugar do mundo. No mais distante interior desse vasto país. Não gostaria de viver fora do país. Longe da minha linguagem, da minha família, dos meus amigos, a verdade é que não tenho – aparte meu amigo da piscina, meu primo urbano, meu amigo jurista, meu amigo cineasta, minhas amigas psicólogas e meu primo-irmão – amigos de verdade. E não os vejo com a frequência que me seria salutar. Estou pensando em ir hoje para a Casa Astral, acho que já mencionei isso antes. Tudo depende da senhora que gere o meu dinheiro. E de mim, óbvio. Só de pensar em ir, já vem automaticamente a vontade de desistir. Que ozzy. Ozzy, ozzy, ozzy. E minha mente já cria justificativas como o fato de deixar a minha mãe sozinha em casa, pois meu padrasto viajou hoje. Ela mesma pode usar essa justificativa para me demover da ideia de ir. O fato é que não tenho interesse sincero em ir, iria só para prestigiar o meu conhecido que vai tocar e a Casa Astral a qual nunca mais fui e que sempre me acolheu muito bem. Veremos.

18h11. O cérebro tem a tendência de fazer correlação entre fatos, sons, imagens, pensamentos sincronizados. O meu tem, pelo menos. Muitas vezes enganosas, supersticiosas, fantasiosas. Como querer achar causalidades outras para as falhas de transmissão de dados do Spotify. Uso uma camisa que pintei para o bloco Sai Dessa Noia desse ano com os dizeres “Quem eu serei?” Não sei se vá com essa camisa para o show, caso de fato for.

18h35. Mandei uma mensagem para a Sideshow para ver se ela envia o meu Hulk apenas em janeiro, pois estarei viajando no período que ela teoricamente vai me enviar. Não vejo por que eles não fariam isso, então acho que tenho um problema a menos para resolver. O problema vai ser com a minha mãe, mas ela já sabe mais ou menos que eu vou pagar três vezes o valor da figura. O outro problema é onde colocar a caixa. Acredito que a caixa, que deve ser enorme, deve estimulá-la a fazer a reforma do meu quarto. Como torço para que a o pessoal da alfândega não abra a caixa. Qualquer corte errado com estilete pode estragar a pintura da minha preciosíssima figura.

19h10. Mamãe chegou. Aparentemente vai me deixar ir ao show. Não vou com a camisa que mencionei para o show, não me sentiria bem a usando lá. Acho que vou com a de “Biophilia”, já que estou numa fase tão Björk. E a camisa é preta e estou relativamente sem caspa. Também não vou encontrar ninguém conhecido lá, além do próprio cantor e dos proprietários da Casa Astral. Certamente a garota da noite não vai para lá.

19h31. Já estou pronto para ir. Dessa vez, vou mesmo. Hahahaha. Só falta minha mãe ver se tem um fone de ouvido para substituir o meu que está com o lado esquerdo praticamente mudo. Estou esperando ela fazer uma transação na Amazon ainda revolvendo a compra dos celulares.  

Estou na Casa Astral, mas até agora tem bem pouca gente. Nada florido para o meu gosto. 20h29. Aos poucos uns e outros vão chegando. Os fones que mamãe me emprestou estão funcionando às mil maravilhas. Parece que Tibério agrada particularmente as gordinhas. Meu primo-irmão iria gostar bastante. Esse aplicativo do Blogger consome uma memória absurda. Duas garotas bastante perfumadas sentaram-se ao meu lado no batente da casa, bem próximas ao palco. Não sei se verei o show daqui, é tão perto que chega a ser intimidante. Tem uma tela de pano branca em frente ao palco. Não tirarei fotos porque ficarão escuras, a câmera do meu celular é uma porcaria. Talvez quando começar o show. As meninas são realmente perfumadas. Uma, a mais cheinha tem um rosto até bonito e seus cabelos são mui lisos, o que me agrada, mas não acho o conjunto interessante, provavelmente porque a garota da noite seja muito mais atraente. É, ainda nessa, estancado de frente para um muro. Vai começar uma apresentação de “vídeo ao vivo” ou “performance audiovisual”. Vamos ver do que se trata.

21:11. O vídeo foi sobre o Capilaridade. Mais interessante do que eu poderia julgar. Foi uma crítica social e uma homenagem ao rio. As imagens e as interferências na imagem, como barras que cortavam a tela, mudanças de saturação, sequestro de cores, ruídos e distorções estavam absolutamente sincronizados com a música. Fiquei abismado com isso. Um tanto enfadonho, mas interessante nevertheless. Vou comprar uma Coca e perder o meu lugar.

21:31. O show deve estar prestes a acontecer. Vou esperar a ovação inicial e entrar. Estou do lado de fora, acho que hoje está recatado demais para fumar dentro. Não deveria ter esquecido o Vaporfi. Agora é tarde. Não sei se assistirei a apresentação toda. Já estou com vontade de voltar antes mesmo de começar. Hahahaha. Preciso procurar a foto do novo namorado de Fátima Bernardes, meu amigo da piscina disse que ele parece um amigo da Turma das Ubaias. E é de Bezerros, terra natal de sua família. Quero ver. Tibério já subiu ao pouco. Começou. A música não é ruim. Lembra um pouco Los Hermanos. Pelo menos a primeira. Dá para ouvir daqui de fora numa boa. Não preciso entrar. Vou entrar só para tirar uma foto.

21:47. Tirei a foto, mas ficou uma porcaria. Sou terrível fotógrafo mesmo. Ele não é um grande cantor, mas sua dicção é ótima. Está na segunda música. Ele é bom de palco. Está dando pau no som e há um silêncio constrangedor rolando. Inesperado. Certamente evoluiu bastante desde que nossos destinos se cruzaram. Se entendi ele está tocando uma da Mula Manca, seu outro projeto, banda em que iniciou a carreira. Minha bateria está acabando. Acho que é a vibração do teclado. Se soubesse um pouco mais de celular, desligava, se for possível. Vou tentar. Ah, a música de Mula Manca me lembrou Raul.


Desculpem-me a foto borrada. Não nasci para fotografar.



22:03. Poxa, uma mensagem de Messenger, pensei que fosse a garota da noite. Nada, obviamente. Uma música cuja melodia é de Vitor Araújo. Não sei se ele está desafinando ou se a melodia é que é complexa. Acho que é uma soma.

22:13. Esta ele está cantando legal. É bonitinha. Mas sua voz é fraca. Mas se fez artista e artista deveras é. Parabéns a Tibério. Ousou perseguir o sonho. O público canta a música sozinho o que significa que público deveras há. Vou tentar desligar a vibração do teclado.

22:23. Funciona! Parou de vibrar. Acho que agora a bateria rende mais um pouquinho. Ele ganhou o público. Este está bastante efusivo. Chamou uma convidada que não me recordo o nome. Está bonito o dueto. Mas o microfone dela está muito baixo.

Putz, quase perco o dinheiro! Caiu do meu bolso e o vento foi levando. Consegui achar, sei lá como nessa rua mal iluminada. Foi sorte. Comprei uma Coca e me restam cinco reais. Ele cantou Cálice e não desafinou em momento, então vai ver que a melodia dele deve ter acordes estranhos então. Sei lá. Cantou duas com a menina. Ao voltar da compra da Coca, haviam levado o meu banco. Estou sentado no chão. A bateria já ficou vermelha...


0h00. Perdi cerca de meia-hora do que tinha digitado porque a bateria descarregou e eu não fui esperto o suficiente para salvar antes. Entrou um tal Igor Carvalho, eu acho, para um dueto e no final da segunda música deles a bateria descarregou. Peguei minha última Coca e rumei para casa a bebendo. Contente que aquele rapaz que tentava tocar covers de Led Zeppelin no longínquo final de semana que a turma passou na praia agora tem fãs que, na noite de uma quinta-feira, saem de casa para vê-lo e para entoar em coro as suas canções. Um público modesto, mas fiel. Quer mais que isso?

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Algo que vi no Facebook pela madrugada. Veja em tela cheia, se quiser ver at all. Me lembrou a Singularidade, não sei por quê. 


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