terça-feira, 31 de outubro de 2017

ASSEXUAL?

2h20. Estou sem sono. Li um bando de frases motivacionais de escritores famosos colecionadas por um amigo que estudou comigo na faculdade. Elas só fizeram corroborar com isto que faço, o que me deixou deveras feliz. Já não me preocupo se me repito no meu repertório vocabular. Ele é parco, mas é com ele que escrevo e é dele que dependo. Se escrevo bem ou mal, isso importa, mas não é tudo. Pode ser que a prática leve ao aperfeiçoamento como é tão apregoado por aí. Eu não estou nem aí. Sigo escrevendo como quero e o que quero. Nessa madrugada estou feliz. Uma estátua que considerava essencial à minha coleção está finalmente encaminhada, como quem leu o outro post deve saber. Conquistei a Red Sonja. E o Hulk está nas parcelas finais para partir para o Brasil. São, sem dúvida, duas das minhas estátuas prediletas desde já. De já, não. Há muito tempo as venho namorando. O Hulk até há mais tempo que a Red Sonja, desde que o vi em processo de escultura num vídeo da Sideshow. Ah, eu não contei para mamãe, não tive coragem, mas aproveitei a promoção do Spooktacular que estava dando 15% de desconto e frete grátis e comprei uma camisa da Sideshow. Usarei com muito orgulho, pois a maioria das figuras que tenho, todas as grandes, 1/4 e 1/5, são da Sideshow. E pode ser que usando ela encontre novos colecionadores por aqui. É a camisa que todos os escultores usam quando são entrevistados e é apenas uma camiseta preta com o logo da companhia. Prefiro do que uma camisa com o logo da Coca-Cola, que deve custar muito mais, visto que a Coca-Cola é uma grife conhecida e cara. Então estou feliz. Meu lado colecionista foi saciado. Falando em consumismo, não sei se o celular que estou observando vai caber no meu bolso. Creio que sim, mas não tem como ter certeza. A verdade é que não me interesso por celulares. Mas é verdade também que o meu está para lá de datado com seus 8GB não expansíveis. Tive que apagar fotos para poder atualizar os aplicativos. E essa coisa de vir com os aplicativos todos da Google pré-instalados e impossíveis de desinstalar só fazem os 8GB encolherem ainda mais. O celular que encontrei é o que tem melhor custo quando comparado ao brasileiro, por isso meu foco nele. Por isso e porque foi o único que encontrei com 128GB de memória. E 6GB de RAM. É uma máquina. Só que é grande. Não fazem mais smartphones do tamanho do meu hoje em dia. Vi na casa da minha tia-mãe os celulares da galera e todos são consideravelmente maiores que o meu. Só que eu acho que esse ainda é um pouco maior em altura. Não sei se chega a ser do tamanho do de mamãe, mas deve chegar perto. Talvez seja um pouco mais fino. Espero muito que a pintura da Red Sonja seja perfeita, especialmente a cabeça. Isso é essencial. Sua expressão é muito sutil e a pintura tem que ser precisa para dar a impressão do seu sorriso quase sem sorrir. A pintura dos olhos também tem que ser perfeita para que a estátua valha a pena. Confio na Sideshow. Eles conseguiram com a Captain Marvel, uma das que quero trazer de lá, espero que consigam com essa também. Especialmente com essa. Nossa, como gostaria de ter o Hulk aqui. É outro cuja pintura vai ter que ser top. Mas acho que não vão dar vacilo numa figura tão cara. Estou mais tranquilo com o Hulk que com a Red Sonja. 3h00. Não sei se vire a noite. Não estou com sono. Mas também não beberei mais Coca. Parei logo depois do banho. Com o meu último cigarro da noite. Não pretendo sair do meu quarto para mais nada até acordar amanhã. Como estou satisfeito. Com a Red Sonja e a camisa. E o box surround de Björk. Tenho até que ligar para meu irmão perguntando se chegou. Acho que vou me deitar dentro em breve. Não quero que minha mãe acorde dê de cara comigo escrevendo. Vou pegar só um copo d’água e quando terminar de bebê-lo, vou dormir.

3h07. Peguei a água, dei uma passada no banheiro e cá estou. Só escrevi futilidades, eu sei. Mas me permito ser fútil algumas vezes aqui. Algumas futilidades me aprazem, como é o caso da Red Sonja, da camiseta e do Hulk. Se minha mãe encrespar com a camiseta, eu peço para ela deduzir do montante que levarei para os EUA. Por falar em EUA, mamãe ainda anda sentindo dores nas juntas, mas faz muito pouco tempo que trocou de remédio, até parar de ficar inflamado deve demorar, o organismo agora precisa reagir e desinflamar as juntas, uma vez livre do agente inflamatório. Isso não se dá da noite para o dia. E talvez seja necessário fazer infiltração nos joelhos, quem sabe. Quem sabe são os médicos, mas a oncologista disse que o causador de todo esse mal-estar era o remédio. Torçamos para que esteja certa. Será que mamãe já leu o último post ou não? Tudo sugeria que sim. Será que ela leu todo? Porque foi um post grande. Uma semana escrevendo. Foi o maior post que jamais escrevi. Bom, está postado e agora ele é passado, o presente se desenrola nesse post que nem tem nome ainda. Meu ombro direito dói de tanto escrever. Só falta comer o gelo do copo para ir me deitar. Espero conseguir dormir. 3h18. Espero também que quando acordar traga algo de mais relevante para o mundo. Acho difícil. Hahahaha. Afinal, ainda estarei inebriado com as minhas novas aquisições. Queria conseguir trazer todas as estátuas grandes que há na casa do meu irmão. Tenho quatro lá, pelas minhas contas. Será que caberiam duas por mala? Acho difícil, só chegando lá e vendo. Talvez caibam umas três mais alguns bonecos pequenos. 3h26. Já acabei o gelo. Só permanece a vontade de escrever e fumar o Vaporfi. Vou logo botar minha música de ninar. “Achtung Baby” do U2.

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15h47. Dormi bem hoje. Até o final do meu sono. Foi ótimo. Mamãe disse que minha irmã provavelmente não vá aos EUA conosco por causa do problema nas costas. O pobre do meu cunhado deve estar se virando em três, pois em dois ele já virava, para dar conta do trabalho e das crianças, visto que minha irmã não pode carregar peso. Mamãe disse que ainda está sentido dores apesar da troca de remédios. Como disse, acredito e espero que seja porque o processo de desinflamação demore mais tempo que a troca de remédio. Queria muito que o sofrimento dela diminuísse. Aos poucos vou me acostumando com o bicho estranho que é o Biophilia de Björk. Sem dúvida seria um aplicativo que gostaria de adquirir para o meu possível novo celular, já que no meu não cabe. Sempre quis ver do que se tratava esse projeto que foi pensado para ser uma experiência interativa antes mesmo de ser um disco, mas nunca tive memória no celular para tal. Espero que ainda esteja disponível na Playstore ou sei lá como chama o aplicativo de baixar aplicativos. Pensar na parte elétrica do meu quarto me esquenta a cabeça, mas tudo há de se resolver. É para isso que servem arquitetas. Não sei se precisarei de dois estabilizadores e quero que tudo seja facilmente acessível, nada embutido que não dê para não ter complicação na hora de desligar ou ligar um hipotético novo aparelho. Embora não pense em adquirir mais nenhum aparelho. Não penso em migrar para 4K nem tão cedo. Na verdade, não quero migrar para 4K já que meus consoles não rodam nessa definição, nem meu Blu-Ray player, isso só tornaria os gráficos deles mais feios, serrilhados ou o vídeo parecendo de baixa qualidade. Full HD para mim já está de bom tamanho. Acho minha TV excelente. Foi uma das boas compras que fiz na vida. Aliás, tudo o que comprei para mim, fogão, geladeira foi tudo bom, dentro do orçamento que possuía. Me peguei agora pensando na operadora de telemarketing que me vendeu meu primeiro cartão de crédito há muito tempo atrás. Bote tempo nisso. Acho que ela criou uma fantasia romântica comigo e eu com ela. Prova disso é que passamos quase uma hora no telefone, ela aumentou o meu crédito para mais do que era permitido por causa da minha renda e, não bastasse isso, ainda me ligou de novo para conversar mais. Pena que ela era de São Paulo e eu estava em Recife e que eu sou muito empulhado, embora fosse muito menos à época. Foi um dos telefonemas mais legais, instigantes que recebi na vida. Tanto que ainda me lembro dele. Isso me lembrou outro episódio, muito menos aprazível que não me sinto no direito de relatar aqui. Vou pegar Coca.

16h31. Não sei ainda se desça para encontrar o meu amigo da piscina. Não sei se estou a fim de pregação, mas acho que meu amigo merece a minha atenção e companhia, senão vou acabar perdendo mais um canal de socialização. Que azar danado eu ter cometido o ato falho de fumar o Vaporfi de porta aberta e meu padrasto ver. Demorou até demais, eu acho. Agora ele reclama da “fedentina”, quando durante meses não sentiu cheiro de nada. De toda sorte, vou trocar o líquido do Vaporfi e colocar só do chinês. Quer saber? Vou fazer isso agora.

16h40. Fiz. Espero que isso resolva, pois o chinês não tem quase cheiro de nada. Esse “Drawing Restraint 9” é um disco difícil de ouvir, viu? Pense em “Biophilia” e multiplique por dois. Acho que vou descer para falar com meu amigo da piscina, mesmo que ele tente me catequizar através do arqueólogo cristão Rodrigo Silva. É um ótimo orador, prende a atenção e apresenta informações e curiosidades nas suas palestras, mas a que vi não me convenceu de que a Bíblia era a palavra de Deus. Nada a não ser o próprio Deus manifesto na minha frente para um longo papo me faria crer em sua existência. E mesmo assim eu poderia achar que foi um delírio a depender de como sentisse e percebesse o milagre. Talvez a não-inovação do novo single de Björk indique menos a falta de inventividade dela e mais a falta de novidade no cenário musical, de onde ela sempre foi buscar agregados para mesclar em suas músicas. Ela sempre foi uma exímia “sanguessuga” das novas tendências. Sei lá, vai ver que se cansou disso. Não dá para julgar por uma música só, mas concordo com o meu primo urbano que os recursos se repetem no novo single. Sei que até sonhei que ouvia uma música nova dela, mais pop, com mais melodia e refrão. Julgo ouvir a voz da minha mãe, mas não tenho certeza. Hoje ela me disse que está preparada para que eu parta antes dela. Não sei como suportaria a perda da minha mãe, como reaprenderia a viver no mundo sem ela, que prefiro mesmo morrer antes dela. Embora a morte esteja ganhando contornos cada vez mais assustadores à medida que se aproxima. Nunca havia tido medo da morte e agora me pego cismando sobre o assunto com temor. A morte se apresenta nas marcas da idade que começam a pipocar em mim. No meu rosto, nos meus cabelos. O atomizer também está com gosto de queimado, isso pode contribuir para a “fedentina”, mas vou segurar mais um pouco, pois meu estoque de atomizers é limitado. Êba, eu tenho o DVD do Sugarcubes. Eu achava que tinha, mas não tinha certeza. Isso é muito bom, é um dos meus DVDs prediletos. Pena não ter onde ligar o meu Blu-ray de novo... ainda. Acho que a imagem de um Blu-ray vai parecer borrada numa TV 4K como um DVD fica numa Full HD. Mandei as felicitações do meu amigo da piscina para a minha mãe e disse que pretendia encontrar com ele hoje. Ela consentiu. Mandei um WhatsApp para ele. Ele disse que já foi para casa. Que pena. Estava com a alma toda preparada para esse encontro hoje. Acontece. Acho que não vou descer sozinho. Tem pouco gelo no refrigerador e tenho que economizar Coca. Além do que desarmar o circo aqui, para montá-lo lá e depois desmontar lá para armar aqui de novo é um saco, por mais que o ambiente da piscina me agrade. Quando houver mais gelo, eu desço. No dia em que a fantástica faxineira estiver aqui parece ser o mais apropriado, pois ela sempre enche o depósito de gelo e bota todas as caçambas para congelar de novo. Como disse, ela é fantástica. Noite já se fez. 17h44. A hora para me decidir descer é essa. Mas já havia me decidido. Descer no dia da fantástica faxineira. Tenho que ir preparando o meu espírito desde já para tal empreitada. E desde já me sinto desmotivado, não sei precisar por quê. Sei que estou feliz com a Red Sonja. Ela deve ser linda ao vivo. Isso, novamente, se a pintura for spot on. Mas deve ser. Tem que ser.

18h15. Me perdi no maravilhoso mundo dos bonecos e olhando uma coisinha ou outra na internet. Aproveitei para dar uma namorada na Red Sonja e no Hulk. Houve um momento, quando do lançamento do Swamp Thing em que eu achei que já estávamos em 2018. Para você ver que com a passagem do tempo, com a idade, os anos vão se tornando cada vez mais irrelevantes, a sucessão de meses parece cada vez mais veloz e por consequência a sucessão dos anos. Esse passou voando para mim, com uma pequena diminuída no ritmo na minha estadia na Alemanha. Eu acho. Até isso para mim parece que passou rápido demais, mais rápido do que desejaria. Às vezes penso que minha forma de arte pictórica tivesse alguma aceitação nos meios artísticos, especialmente depois de ver as obras de uma amiga minha que se considera uma artista plástica. Mas não sinto estímulo para pintar. Ainda resquícios do malfadado curso de pintura que eu fiz. E me encontro ou me perco muito mais na escrita. É onde me sinto em casa, é onde tudo para mim é maravilhosamente delicioso. 18h30. Pensar que posso ouvir Medúlla em 5.1 algum dia da minha vida é um sonho antigo, que se aproxima da realidade com o fato de ter a mídia já na casa do meu irmão.

19h16. Liguei para o meu irmão para saber se a caixa de Björk havia chegado para poder dar o feedback para a vendedora. Perguntei se ele tinha 5.1 lá e ele disse que sim, só que não estava montado. Quem sabe ele não monte daqui para lá? Dureza vai ser arrumar um momento calmo para ouvir os discos. Acho que é melhor batalhar por um 5.1 no meu quarto. Até porque se meu padrasto for atualizar a TV e o som da sala, ele não vai me deixar plugar meu Blu-ray lá, vai ficar cheio de cuidados e ciúmes com os equipamentos. Conheço. Foi bom ter ligado para o meu irmão, pois minha mãe falou com ele e com os netos, foi bom para ela. Se anima mais para ir no final do ano. Eu, para variar, estou com as expectativas lá embaixo. É difícil deixar o quarto-ilha. Ainda mais para enfrentar duas jornadas de mais de 11 horas de aviões e aeroportos. Espero que tudo dê certo. Não haja muita confusão. Será que ano que vem vai ser tudo de novo? Duas viagens? Espero que não. Se bem que eu acho que o cruzeiro eu encararia. Deve ser interessante viajar num daqueles navios enormes. Mas talvez seja um programa planejado para ser feito pelo casal somente e eu respeito isso. Eles precisam aproveitar enquanto ainda têm qualidade de vida, enquanto ainda estão relativamente inteiros. E eu poderia ser um atrapalhador do momento deles. Penso mais no navio como um meio social para arrumar uma paquera, quem sabe, devido ao confinamento no mesmo espaço, no meio do oceano, que meio que obriga a convivência e o encontro com as mesmas pessoas. Deve ter gatas no navio. Mas vamos deixar essa literal viagem de lado. É estranho escrever sabendo que mamãe vai ler. Me sinto um tanto cerceado. Mas tenho que deixar disso e continuar a escrever como sempre escrevi. Assim, ela vai saber o que vai na minha cabeça. Já que nosso diálogo, mais por culpa minha do que dela, admito, é tão precário. Aliás todos os diálogos têm sido precários na minha vida. Minha vida social é quase inexistente. E isso não me faz a falta que deveria fazer. Sinto que é algo deslocado dos padrões sociais, mas essa parte não me interessa muito. Acho grande parte dos padrões sociais ridículos, fúteis e dispensáveis. Cada vez mais gosto de reinar no meu quarto-ilha. Cada vez menos gosto de me jogar no mundo. A única exceção talvez seja o encontro mensal para o cinema com o meu amigo jurista. Talvez um encontro esporádico com o meu amigo da piscina, que é como viajar para outra dimensão com sua realidade repleta de religião e de ETs e teorias da conspiração. Não deixa de ser uma experiência interessante. Afora rememorarmos momentos da nossa juventude, a maioria dos quais não consta dos meus arquivos de memória. Acho que se o meu amigo cineasta quisesse traçar um perfil de quem eu sou seria melhor perguntar aos que realmente se lembram da minha vida, a velha guarda das Ubaias, pois eu, infelizmente lembro muito pouco do que fiz. Talvez até por essa falta de memória a necessidade de deixar as novas memórias documentadas aqui. Por mais que nunca mais vá reler o que deposito nesses escritos. A mim me basta a revisão. Já é até demais. Não, não é para rememorar que escrevo isso, é por desejo outro, necessidade outra, necessidade essa que seria interessante investigar. Por que escrevo isso? Primeiro porque me é a coisa mais divertida e útil que eu posso fazer com meu tempo e minhas faculdades mentais e físicas. Segundo porque sempre quis ser escritor. Agora sou. Lido por pouquíssimos, mas vivo para escrever, escrevo para viver o que acho que define um escritor. Quando falo que escrevo para viver, não significa que esse é o meu ganha-pão, mas que escrevo para não sucumbir ao ócio, para ter prazer na existência e não cair nos buracos negros da depressão ou da cola. Escrevo para manter a minha sanidade da forma mais agradável que me ocorre. É algo que me atrai mais que os videogames, é onde tenho poder absoluto. Onde me manifesto de forma mais integral. A escrita tem o seu efeito colateral que é me tornar socialmente autossuficiente, como a masturbação. Embora possam argumentar que a masturbação não substitui o prazer do sexo e que a escrita não substitui o deleite das interações sociais. I beg to differ. Sexo, só apaixonadamente e, mesmo assim, não tenho preparo físico para ele. E as interações sociais para quem fica calado não tem lá muita utilidade. É até interessante ouvir um ou outro ponto de vista, um ou outro causo, mas vejo nas interações sociais uma certa briga pela atenção dos demais que me enerva. Numa relação dual não, por isso tento engrenar uma conversa com uma pessoa de cada vez. Eu só sei conversar hoje em dia “entrevistando” a pessoa, puxando conteúdos dela, visto que não tenho muito a dizer da minha vida, afinal passo o dia encastelado no meu quarto-ilha a escrever, que posso eu dizer mais da minha vida? Posso dizer que consegui adquirir minha última ou penúltima estátua, a Red Sonja, a estátua feminina mais bem-feita até hoje, na minha opinião. Mas isso não tem muito pano para manga, pois a maioria das pessoas desconhece totalmente esse mundo. Eu troquei a bateria do Vaporfi e essa que é mais potente está produzindo um gosto de queimado muito forte. Acho que vou trocar o atomizer para diminuir a “fedentina”.

20h37. Depois de muita luta, consegui trocar o atomizer e o gosto melhorou bastante. Bom para o meu padrasto, bom para mim. Luta porque não há como equilibrar o tanque de cabeça para baixo, pois seu bico é arredondado, então tive que segurá-lo com uma mão e fazer todo o processo com uma mão praticamente imóvel para não derramar o líquido e fazer a maior meladeira aqui. Agora já sei. Só desatarraxo o tanque depois de tirar o atomizer da embalagem. Isso facilitará tremendamente o processo. Esse atomizer é dos bons – o controle de qualidade da Vaporfi para atomizers não é essas coisas todas – está fazendo uma fumaça danada, tanto que diminuí a potência do aparelho, pois só fazia tossir. Como gosto quando sai muita fumaça, parece que realmente estou fumando um cigarro. Foi a melhor coisa que fiz nesse final de semana, tirando a Red Sonja, é claro, óbvio e ululante. A maior besteira que fiz? Foi ter comprado a camisa sem consultar mamãe. Mas espero que aceite por ser roupa e por ela saber que as camisas que eu compro eu realmente uso. Quando cabem. Com esse bucho que eu estou muitas estão apertadas, o que não vai ser o caso da camisa da Sideshow, pois pedi XL. E XL americana é grande, eu creio. Não iria pedir uma XXL porque ia parecer um vestido. Acho que fiz a escolha de tamanho certa. E estava com desconto e frete grátis. Sempre namorei essa camisa, aproveitei a oportunidade do Spooktacular que acabava naquela noite e comprei. Está comprada e agora é descontar da minha quota de dólares que levarei para a viagem. Isso e a caixa de discos 5.1 de Björk, que comprei pela metade do preço que imaginei que conseguiria, verdadeira pechincha, então consegui uma folga onde essa camisa se encaixa. Isso eu estou explicando para a minha mãe. Há um lado bom de mamãe ler isso, consigo comunicar coisas que não saberia como fazer de outra forma. É até irônico.

Dá vontade de publicar no maravilhoso mundo dos bonecos, onde todo mundo ama odiar a Sideshow, que eu comprei a camisa. Acho que iam mandar me lascar. Hahahaha. Ah, fiz outra boa ação, participei de uma petição reivindicando o direito de uma família de pôr a filha numa creche. Espero que consigam. Estou pensando se publico sobre a camisa ou não. Acho que não, não me vem nenhuma frase boa o suficiente. Nossa, já são 21h09. Como o tempo passou rápido. Ouvi mamãe dizer que vai voltar às suas atividades cotidianas na próxima semana (a que começa dia 5 de novembro) e que isso inclui a terapia. Acho que ela não poderia se dar melhor presente. Acho todas as atividades que vai fazer de alguma relevância, mas a terapia é, de longe, a mais importante. Minha tia vai ajoelhar e agradecer aos céus. Hahahaha. Por falar em rotina, estou pensando em dar umas voltas na Praça por volta do meio-dia ou duas da tarde que é quando ninguém anda. Ligo o meu iPod e ando na minha velocidade normal, dou duas, três voltas na praça e volto. Quem sabe? É um caso a considerar, considerando que o bucho está me incomodando bastante. Não sei. Não sei se vou fazer isso mesmo. Mas a ideia já começa a criar raízes na minha cabeça, vamos ver se vai vingar ou não. Aposto que não, mas não custa tentar pelo menos uma vez. Sentado na cadeira o bucho não vai sumir. Ou assumo o bucho ou tomo uma atitude. Vamos ver o que ganha. Com o bucho fica muito mais difícil ganhar uma garota. Sem bucho, fica bem mais fácil. É muito difícil perder peso no sedentarismo completo. Vou contemplar essa possibilidade com carinho. Não sei se vai fazer alguma diferença... se não fizer desisto. Quantas vezes terei que fazer isso por semana? Acho que uma não basta. Mas é preciso haver uma primeira vez. Não forçarei meu ritmo, pois da última vez que fiz isso me deu uma série de câimbras nas pernas que quase não chego em casa mancando de dor. Vou na maciota. Eita, parece até que vou andar mesmo. Hahahaha. Isso não passa de invencionice até o momento. Uma ideia que me passou pela cabeça depois de mil e uma pessoas dizerem para eu fazer isso. Nada set on stone... yet. Vou pegar Coca.

21h36. Está estresse lá na sala, não vou pegar Coca agora nem a pau. Meu padrasto anda estressado, com um comportamento diferente, acho que por causa do Vaporfi. Espero que não seja por causa disso. É algo tão fundamental para mim e tão irrelevante para ele. Mamãe veio aqui no quarto avisar que vai dormir, pediu que eu tomasse o remédio e comesse. Farei ambas as coisas, dentro em breve. E pegar Coca. Vou esperar que se retirem e com eles a nuvem negra que paira sobre o ambiente. Antigamente, e espero que isso tenha mudado, eu escrevia coisas que depois achava sem sentido, acredito que me tornei mais claro com as palavras com o tempo, ou assim quero crer. Mas meu texto também ficou mais seco, não uso muitos recursos linguísticos que embelezem o que produzo. Se isso me incomoda? Incomoda um pouco. É como se tivesse perdido a poesia. Só por isso, vou tentar fazer uma poesia.

Os dias descascam das paredes
O tempo passa e nunca passa
Sempre é
Nós é que vamos ficando para trás
Deixando pétalas e folhas amareladas
Pelo caminho
Até que reste só o arbusto e seus galhos secos
Até que reste só pó
Até que reste só
O tempo.
E a imensidão de um universo sem vida

Sinto um cheiro de álcool, de onde virá? Não é de bebida alcoólica, é de álcool higiênico. Será que é meu padrasto tirando a fedentina do corredor? Não sei. Espero que não chegue a tanto. Acho que estou paranoico com o assunto. Por isso, vou mudar de assunto. Aliás, vou ver como está o clima na casa para pegar mais Coca-Cola e tomar os meus remédios.

22h01. Meu padrasto está na sala e minha mãe se deitou. Ele está espirrando e fungando, não sei se pegou uma gripe ou se quer sinalizar que eu estou o adoecendo com o meu cigarro eletrônico. O que não aconteceu durante os longos meses em que usei antes de ser revelado o meu hábito a ele. Bom, vou deixar de paranoia e seguir minha vida como vinha seguindo. Deixei cair um remédio no chão da sala. Procuro amanhã, com a claridade solar. Tomei o do outro dia. Droga de soluço. Nossa, já escrevi sete páginas. Mas também comecei ontem antes de dormir. Acho que logo mais vou para o meu projeto paralelo. Já passei por lá hoje, mas há coisas ainda a tratar. Não adianta, estou na paranoia do Vaporfi por causa do meu padrasto. Fico sentindo o cheiro, fraco, do líquido chinês. Tenho que ter foco. Esse cheiro não vai passar pela porta, se diluirá antes. Se sinto é porque sopro ele diretamente para o computador, então é de se esperar que essa área fique com algum resquício de cheiro. Meu irmão, vou desanuviar disso, está me causando um estresse completamente desnecessário. Se meu padrasto quer se estressar que fique ele estressado. Nossa, como queria que ele fosse dormir. Hoje especialmente. Nada contra a sua pessoa, tudo contra essa paranoia. Que saco. Se ele não quer que eu fume Vaporfi no quarto, ele banca os meus cigarros normais e suporta o cheiro deles que daí só fumo no hall, com o maior prazer. Novembro tarda a chegar e, com ele, o novo disco de Björk. Como será a capa? Quantas músicas? Alguma mais pop? Acho difícil, mas não impossível. Estou curiosíssimo e ansiosíssimo pelo disco. Quem sou eu para reclamar da vida. Com um CD de Björk para sair, com uma linda Red Sonja encomendada, com o meu amado Hulk também engatilhado, com minha caixa 5.1 de nossa amiga islandesa à minha espera e quem sabe a camisa da Sideshow. E ainda escrevendo e ouvindo “It’s In Our Hands”. Tudo de bom. Só a Coca-Cola acabou, mas tenho tempo. Enquanto isso engano com o Vaporfi. Tenho sempre que olhar pelo lado bom. Não estou deprimido. Não estou internado. Não estou em mania. Está tudo sob controle. E tenho o meu quarto-ilha só para mim. Que mais eu posso pedir da vida? Só uma namorada. Que comece devagarinho, que não seja de supetão. Que não chegue logo ao sexo. Sexo. Uma das razões para andar na praça. Além do bucho. Bucho e sexo. Duas coisas que não combinam muito e que têm a mesma solução para mim, caminhar na Praça. Todo mundo diz que é o que de melhor eu poderia fazer por mim. A droga é que não sinto o boost de serotonina, ou seja lá qual “ina” que seja, do exercício. Como não senti, quando cheirei, o efeito da cocaína. Acho meu cérebro não tem receptores adequadamente preparados para metabolizar essas coisas. Ainda bem pelo lado da coca, ainda mal pelo lado do exercício. Prefiro assim, se tem uma coisa que me apavora é me tornar dependente de outra droga. Vade retro. Xô. 22h35. Quando der 23h00, vou buscar mais Coca. Como queria que meu padrasto já tivesse se retirado. Sua presença agora me incomoda por causa da paranoia que me gerou. Não sinto que estejamos em paz. Acho que há certa animosidade por parte dele em relação a mim. Aqui deveria ser assim, cada um respeitando o quadrado do outro. Suas peculiaridades. Minhas peculiaridades. Sinto que mamãe vem se esforçando para respeitar as minhas. Fico muito feliz com isso. Só falta ela respeitar e não me dar patadas. Mas vamos por partes, já é um grande avanço. Não sei se isso decorre da leitura desse blog. Não sei se é uma coisa que vem dela pura e simplesmente. Não sei, só sei que a mudança está se dando. Ai, ai, como será nos EUA?

23h20. Estou no meu projeto paralelo, que já está muito grande.

0h19. Peguei Coca e comi salmão com o resto arroz. Comi um pouco mais da metade do salmão. E peguei um pouco do sorvete de chocolate. Refeição perfeita. Botei um azeitezinho de oliva aí ficou no grau. E sal, claro. Indispensável aqui em casa. Espero que troquem logo o sal do saleiro pelo sem tempero pois acabo botando muito sal pegando pitadas do sal que fica ao lado do fogão.  

2h11. Vou me preparar para retirada.

3h37. Depois de muito matutar, pedi para entrar no grupo Assexuais. Eu que não gosto muito de sexo posso ter sorte aí e arrumar uma namorada antes dos 50. Já mandei pedido de amizade para duas meninas que achei bonitinhas. Vamos ver o que rola. Espero que, pelo arco-íris no meu avatar, não me tenham por homossexual. Se me aceitarem pois há uma pré-seleção, um questionário a ser respondido. Espero que passe no ENEM da Assexualidade. Ainda bem que aceitam Demissexuais, que acho que seja mais o meu caso. Acho que se for legal, vou criar o grupo Assexualidade Recife. Para aumentar as minhas chances. Hahahahaha. Mas mesmo se eu arrumar uma namoradinha por e-mail e Facebook, já é melhor do que nada. Adicionei mais uma, essa é inclusive de Recife. Que sorte. E tem um nome lindo, Lua. Mas vamos dormir que é o melhor que faço. Amanhã descubro se alguma amizade vingou e se fui aceito no grupo.

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14h50. Achei o meu novo passatempo, participar das polêmicas do grupo de Facebook Assexuais. Realmente existem assexuais no mundo. E parecem ser pessoas mais bem-educadas, no sentido de instruídas, que a média das pessoas desses grupos de Facebook. Estou no meio de uma discussão sobre a possibilidade de um assexual se relacionar com um alossexual (pessoas sexualmente ativas). Interessante.

15h53. Ainda no não tão maravilhoso mundo dos assexuais. Descobri que eles se chamam “aces” e que cada naipe do baralho corresponde a um nível de assexualidade. O de espadas sendo o mais radical e o de paus sendo o mais flexível, eu me identifiquei com o ás de ouros, ou demissexuais. Com um pouco do ás de copas. Acho que o de copas está embutido no de ouros. Não está entendendo nada. Veja a imagem abaixo. Vou pegar Coca.





16h01. Deu uma morgada. Uma das gatinhas que eu mandei o convite me adicionou. Justamente aquela para a qual não mandei mensagem nenhuma. Curioso. Mas não tenho coragem de puxar papo com ela. Eu sou um ozzy mesmo. Acho que o meu destino é viver de paixões platônicas mesmo.

16h28. Mandei uma mensagem para a garota, perguntando o seu filme, som e livro prediletos. Respondi “Her”, Björk e “Dom Casmurro” respectivamente. Vamos ver se obtenho resposta. Mas ela é de um lugar que nunca ouvi falar. Então se rolasse seria relacionamento virtual. Bom, seria melhor que nada, mas não sei se gostaria de entrar numa viagem dessas. Bom, acho que ela não vai responder.

17h25. Fui comprar remédio para a minha mãe na farmácia e ao voltar ao grupo dos assexuais, me senti estranho, como se realmente não pertencesse aquele universo ao mesmo passo que me identifico, pois meu interesse por sexo é praticamente nulo. Pelo coito, digo. Tudo até as preliminares me agrada, mas a penetração para mim é dispensável, eu acho. Quero ver quando o clima esquentar mesmo se não mudo de ideia. Hahahaha. Mas acho que sou demissexual, no sentido que preciso ter intimidade, afetividade, atração pela figura para rolar. Sexo casual definitivamente não é a minha praia.

17h46. A menina me respondeu. Falou de seu interesse pelo cosmos.

17h54. Acabou de se classificar como assexual arromântica, ou seja, nada de toques. Aí para mim não dá. Perguntei se ela conseguia arrumar alguma relação afetiva sendo assim tão fora dos padrões comumente aceitos. Ela ficou off-line. Capaz de me bloquear. Bom, deixa para lá. Jogamos aberto um com o outro é o que importa.

18h04. Ela voltou a responder e estamos conversando, mas desse mato não sai coelho. Fico imaginando se essas pessoas radicalmente assexuais não sofreram algum tipo de abuso em algum momento de suas vidas. Vou tentar investigar isso com a garota da forma mais delicada possível. Vou perguntar como ela descobriu a orientação sexual dela, se foi tranquilo ou se deriva de algum evento traumático. Acho que é a forma mais light que tenho de abordar o caso. Acho que lançarei essa pergunta ao grupo como um todo. Mas não hoje. Também quero perguntar se todos os assexuais estão condenados a virar solteirões frustrados (como eu) ou se há alguém namorando assexualmente no grupo. Ah, e ela ficou off-line de novo. Tudo muito novo e curioso para mim. Acho que a imensa maioria é de solteiros frustrados ou de gente sexualmente traumatizada ou de gente que quer ser diferente. E acho que vou ter que fazer vista grossa para os erros de português das garotas que abordar. Essa até que está se esforçando, mas aqui e ali surgem erros. Mas quem sou eu para dizer alguma coisa, pouquíssimo sei de português. Mas é um comportamento deveras estranho não querer toque, carinho, afeto. Ela me disse que só quer amizades, não quer se apaixonar. Perguntei dos traumas e ela mencionou decepções com amigos e namorados. Não fui mais fundo porque ela precisou sair. Ela disse que se descobriu quando encontrou esta orientação sexual. Se sentia excluída e estranha antes disso. Não sei por que deixa de ser, acho que pelo senso de pertencimento a um grupo. Deveras curioso indeed. Não sei se será nesse espaço que encontrarei uma namorada. Pelos posts que vi é todo mundo vivendo amizades virtuais coloridas. Não é realmente o tipo de relacionamento que eu quero. Sou uma pessoa extremamente solitária. Por opção. Ou falta de opção. Queria que uma das outras duas me aceitasse como amigo, mas a julgar por essa, não terei muita sorte, mesmo se elas me aceitarem.

19h08. Estou achando que esse grupo só tem pessoas com problemas emocionais sérios, o que talvez seja o meu caso também. Hahahaha. Mas estou achando algumas colocações meio bizarras. Muito off do padrão até para mim. Não confiar em ninguém ser uma coisa normal? Não posso crer nisso. E um monte de gente corroborando com esse comportamento. Isso está cada vez menos parecido com a minha praia. Mas vou manter. Um grupo a mais, um grupo a menos.

20h28. Cansei de assexualidade por um dia. Nunca imaginei que houvesse tanta gente mal resolvida no mundo. Por um lado, sei que não sou só eu, por outro me entristece ver tanta gente solitária e complexada. Muitos se descobrem na assexualidade. O pior é que o grupo publica na minha página principal. Está apinhado de publicações do grupo, isso pega mal para mim. Não sei se sou assexual. Acho que sou demissexual. Mas este post já está grande demais e eu estou sem saco de escrever agora.

23h36. Perto do banho da meia-noite. Meu primo urbano me mandou dica de dois discos para eu sacar e não ouvi ainda. Nossa, como um copo de Coca acaba rápido. Que pena. Era o meu último. Daqui por diante, só agua. Vou fazer isso por mamãe. A véia merece. Por isso o banho da meia-noite também. “From Out Of Nowhere” começa urgente. Será que meu primo urbano vai querer conhecer o meu quarto, as minhas estátuas quando estiver pronto? Será que Convidá-lo-ei, orgulhoso que provavelmente estarei do meu quarto-ilha? “Cannonball” tocando. Músicas de um passado há muito ido quando o principal foco da MTV eram vídeos e que o mercado de CDs ainda era forte e dominante. Como tanta coisa mudou de lá para cá, agora eu posso ter a discografia inteira das Breeders e muito mais, eu que passo o dia escutando música especialmente, por menos do que o preço de um CD, pelo Spotify. Pense numa mudança radical. 23h52. Quase na hora do banho da meia-noite. Björk, uma das poucas dela que coloquei nas lista 6, toca. E nem é uma que particularmente goste, mas foi no bolo, acho que estava ouvindo na hora. “It’s Not Up To You”, não é das favoritas, mas gosto. “It’s In Your Hands” tem partes muito parecidas com as dessa canção e é outra que também está na lista 6. Eita Guns, vou tomar banho.

0h16. Minha mãe me mandou um WhatsApp mandando dormir. Que ozzy. Não conseguirei dormir agora nem a pau. Talvez de 1h00. Ainda falta eu atacar a farofa. Sem feijão, pois já o guardei. Beber um copo d’água. E comer o sorvete. Antes de tudo vou no sorvete. Agora.

0h36. Comi paçoca, comi sorvete e fumei o meu cigarro da noite. Agora tenho um último copo d´água a meu lado antes de ir deitar. Vamos ver se vou conseguir dormir. Pensava, enquanto fumava, na iluminação da Red Sonja. Ela vai ser parâmetro para todas as outras iluminações. O tipo de lâmpada que for usado nela, será o tipo de lâmpada usado nas demais. Ela é que necessita da iluminação mais perfeita, que ressalte o seu sorriso. Tenho a imagem de referência. Quero ela com aquele sorriso. Com a luz incidindo daquela particular maneira. Eita, começou a passar de “O Grande Circo Místico”. “Beatriz”. É tem certas coisas que não concernem aqui. “Meu Namorado” agora.

Garota marota
Você já nasceu pronta
Programada
Pra me destravar

Você vem e sacode
Vem com tudo o que pode
Deixa desse fricote
Deixa eu ser seu pacote

Garota marota
Você trota
No meu coração
Ai, Ai, Ai, meu coração
Ai, Ai, Ai, meu coração

Você vem e sacode    
Vem com tudo o que pode
Programada
Pra me quebrar na emenda

Garota marota
Garota mandona
Você me detona
Nessa canção

Tentativa de fazer uma letra comercial de música. O nome podia ser “Trote”, pois a dança poderia ser imitando a pessoa andando de cavalo de um jeito bem sensual, claro. Vou dormir. 0h56.

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15h41. Que ridícula a letra. Hahahaha. Era essa a intenção. Mas me envergonho agora de tê-la escrito. Tenham ela como uma crítica ao atual cenário da música de massa no Brasil. Estou finalmente ouvindo o disco que meu primo urbano considera como o melhor que ele ouviu esse ano “Pavillion Of Dreams” de Harold Budd. Parece que é um disco só com músicas de piano. Nada mais estimulante para mim. Vou ouvir até a hora do cigarro. São 15h53. Ele marcou o cigarro pelo WhatsApp para as 16h30. Minha mãe disse que eu deixei alguma luz do carro acesa quando fui pegar as compras e a bateria arriou. Não me lembro de luz acesa quando fui pegar as compras, mas também não confio na minha memória. Pode ser que a pilha da chave esteja fraca. Pelo menos o disco de piano não empata a escrita. Estou cada vez mais desgostoso de participar desse grupo de assexuais. Ele não para de postar coisas no meu feed principal como se quisesse divulgar para todo mundo que eu sou assexual. Que eu nem sei se sou. Posso estar fora de forma e sem prática somente. E tem a idade também que diminui a libido. Sem falar nas medicações, por mais que a Doutora ache que as que eu tomo não afetem esse lado, sabe-se lá. Mas fato é que não vivo nessa sanha de sexo apregoada pela mídia como comportamento padrão, os meus mais de dez anos de solidão vem ratificar isso. Só não precisa ficar apregoando isso aos quatro ventos. Minha mãe achou que eu estava roubando dinheiro do quarto do meu padrasto. Obviamente me senti profundamente ofendido, mas nada disse, meus antecedentes corroboram com tal desconfiança. Ozzy. Não é a primeira vez que ouço tais acusações e certamente não será a última. É um bonito disco de piano. Moderno. Mas não faz a minha cabeça. É bom para escrever, não desconcentra. Meus posts estão ficando gigantes. Tenho que postá-los com mais frequência. A capa do novo disco de Björk foi divulgada e é horrenda, ela parece um monstro velho com uma vagina na testa.





16h12. Já-já meu primo me dá o toque para ir fumar. Está passando até uma mais animadinha no disco de piano agora. É, Björk está ficando velha e esgotando os seus truques, que começam a se repetir. Vamos ver se pelo menos o disco é agradável. O de piano é agradável de ouvir. Tem umas melodias bonitas, mas não colocaria na minha playlist. É bom para ouvir e conhecer, até em respeito ao esforço do meu primo em repartir algo que considera precioso comigo. Esse post já entra na 12ª página de Word. Vixe. Depois do cigarro, paro, reviso e posto. A Sideshow está encrencando agora que o endereço de envio da camisa difere do endereço do cartão de crédito. Mandei um e-mail para eles. Vamos ver no que isso vai dar. O piano acho que é misturado com sintetizadores, pois há sons que não são de piano. Não entendo porque meu primo foi gostar do disco, vou perguntar a ele. Tem uma parte da música que parece uma das de videogame que coloquei na lista 6. Hahahaha. Mas só três ou quatro notas. Mudou de música.


16h34. Vamos ver se ele vai me dar o toque para ir fumar ou não. 16h41. Achei que meu padrasto tinha chegado, mas pelo visto me enganei. Tenho que comunicar-lhe os destinos de mamãe hoje. É interessante o disco de piano. Essa música com arranjo mais elaborado me agrada, por elaborado, entenda-se com mais instrumentos. Queria ir fumar logo. 16h49. Para poder dar um fim a esse post. Ei, mas eu posso acabar ele na hora que eu quiser, não dependo do chamado do meu primo urbano para isso. Fim. Pronto.

sábado, 28 de outubro de 2017

RED SONJA?


Essa é musa desse blog. A estátua feminina mais bela que já vi. E provavelmente verei.



Fui falar da Red Sonja com mamãe, me dei mal. Minha mãe pegou um ar danado, falou da minha compulsão por bonecos, perguntou onde iria exibi-los e aos poucos foi puxando outros assuntos que se emendaram num profundo desabafo que, acho, acabou a fazendo bem, tanto é que acordou de melhor humor comigo hoje. Mas Red Sonja, acho difícil. Impossível ainda não. Tudo será posto à prova na próxima semana. Mas o fato de ter acordado de bom humor depois do desabafo mostra a necessidade de uma terapia. Eu pelo menos tenho os meus blogs para desabafar, o que é uma faca de dois gumes, pois me satisfaço da minha vontade de dizer sem precisar de um ouvinte presencial e, por isso, me isolo cada vez mais no meu quarto-ilha e à medida que o tempo passa esse comportamento vai ficando cada vez mais cristalizado. “Ciranda da Bailarina”, recém acrescentada à lista 6, toca. Linda, linda. Aliás, “O Grande Circo Místico” é um dos grandes discos da MPB, na minha opinião. Coloquei quase todas as músicas e o modo aleatório do Spotify está só selecionando músicas do disco. Curioso. São 16h15 do domingo, desde que cheguei de Munique não saí. Minto, fui para a casa da minha tia-mãe à guisa de sair com meu primo, mas o programa deu para trás e acabei ficando por lá. Foi a única vez que me aventurei em alguma socialização. Meu tio, por sinal, parece que se tornou uma pessoa mais serena e dócil após a aposentadoria. Acho que está mais sábio e tranquilo. Mas tudo pode ser impressão. Minha tia-mãe disse que tudo continua do mesmo jeito, ela tem muito mais conhecimento de causa que eu. Provavelmente me engano em minha percepção. Fato é que esse final de semana nem me movimentei para sair, até porque não iria deixar a minha mãe sozinha em casa, visto que meu padrasto foi à Paraíba para o aniversário do filho. Preciso até mandar parabéns para ele, o meu irmão JP. Mandei pelo WhatsApp. É curioso que tendo um telefone as pessoas optem por digitar nele em vez de falar. Para mim é até melhor, pois odeio falar no telefone. Odeio mais que o WhatsApp. Hahahaha. Uma coisa que me veio como uma viagem ontem toma mais e mais pé na realidade e isso me perturba. Penso seriamente em cortar relações com as minhas amigas psicólogas. Não porque não as ame e adore, mas por razões fortes e supervenientes à nossa amizade. Preciso considerar isso com muita cautela, são amizades que me são muito caras, preciosíssimas, mas acho que seja inviável. Veremos, preciso ver para onde a minha alma aponta. Se esta ideia vai se consolidar. Pode ser que evanesça com a passagem do tempo. Mas, ao contrário, parece que se solidifica em mim. Não é que se a encontrá-las por acaso, vou deixar de falar com elas, fingir que não existem. Mas não vou mais marcar ou participar de encontros com elas. Acho que é o mais certo a se fazer. Eu tenho que pesar o que é mais importante, mas dentro de mim, a balança já pende para um lado. É tão duro isso. Comigo inclusive. Mas não vejo outra alternativa para honrar a amizade que nós temos. Mas não vou agir por impulso, embora o impulso haja. São duas das pessoas com quem me sinto mais confortável para interagir na vida e essa é uma coisa cada vez mais rara para mim. Abdicar desse elo me será bastante doloroso e custoso. Como faria isso? Pelo grupo de WhatsApp. Ou no nosso próximo encontro quando o meu amigo cineasta se apresentar aqui pela terrinha. Sei lá. 17h38. Fui lá na cozinha comungar os quitutes da festa trazidos pelo meu padrasto. Estou sem muito o que dizer no momento, meio sonolento por ter um cupcake pesando no bucho. Me desconcentrei completamente do assunto das meninas. Me desconectei dele por um momento, mas ainda me parece a decisão mais acertada. Não quero escrever agora. Acho que vou me deitar um pouco depois de botar os pratos no lava-louças. Mas só farei isso depois que não tiver mais ninguém na cozinha.

18h34. Botei os pratos no lava-louças e enchi quatro caçambas de gelo. Minha mãe parece estar meio deprimida. Espero que esse estado de humor alterado a faça voltar à terapia. Ou que passe, mas acho difícil, pois é uma coisa que pode estar correlacionada com as enfermidades físicas, mas não se limita a isso. Tenho certeza. Ela precisa botar para fora, sem restrições, todas as suas angústias. E eu não sei se eu sou o melhor ouvinte para isso. Acho que a terapeuta é muito mais indicada. Pois além de ouvir, pode orientá-la, coisa que eu não posso por ser quem eu sou, o filho ingrato, egoísta e fracassado. E viciado e bipolar que já causou tanto sofrimento a ela. Certamente por melhores que sejam os meus conselhos, ela vai recebê-los com uma parcialidade de julgamento pesadíssima, o que não acontece com a terapeuta. Eu posso ouvi-la. Acho que isso já ajuda. Mas minha escuta não tem nem de perto o poder de uma terapia. Eu sei que existe psicanálise. Que é só ouvindo. Mas já experimentei e não dá certo comigo. Estou achando curioso que agora que sei que minha mãe lê o blog, ela tenha se feito mais presente aqui. Pode ser coincidência e espero que seja. Não quero fazer um blog sobre a minha mãe. Estão passando músicas que me fazem viajar num futuro sonhado, idealizado.

20h23. Estava escrevendo em outro lugar. Parece que o restante da casa já se retirou. Acho que esvaziei minha vontade de escrever (sei...) o fazendo no outro projeto. Nem sei do que tratava aqui. O título desse post é sobre a Red Sonja. Por um momento me deu vontade de mandar minha coleção de bonecos às favas. Só manter o Hulk. Desse eu não consigo me desvincular, não me pergunte por quê.

21h06. Encontro inesperado no rol. Minha tia-vizinha. Espero ter me comunicado bem com ela. Expliquei por alto, ou médio, o caso de Helena.

21h47. A Gatinha mandou WhatsApp direto do show do U2. Ela me mandou áudios da galera tocando “Beautiful Day” e “Elevation”. Queria que ela me mandasse o de “Running to Stand Still”. Pedi. Mandou outro áudio de outra música que só reconheci um trecho no final, mas muito difícil de me lembrar qual a música. 22h13. Não consigo lembrar do resto da música só desse fraseado de guitarra que ela começa a captar no áudio. Mandou mais. Um discurso de Bono para eu traduzir. Hahahaha. Como se eu fosse capaz. Eu teria que ouvir muito até captar tudo.

2h43. Não resisti, fui escrever num projeto. E me excedi, como sempre. Depois joguei até um bom bocado de Half-Life 2. Estou ouvindo “It’s In Our Hands” mais uma vez para ir dormir. Talvez, o jogo me roubou o sono. Mas não quero dar virote. Acho que vou deitar. 2h54.

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15h06. “Cantada (Depois de Ter Você)” toca no Spotify. O coração fica espremido. Começou o Spooktacular da Sideshow. Nada de interessante ainda. Sortearam um Freddy Krueger. Fiz tantas coisas das quais me arrependo na vida. E não sei se foi melhor tê-las feito. Não sei se aquela frase “só se arrependa do que não fez” se aplica a mim. Chove fino pela janela. Estou com a alma mais pesada que de costume hoje. Não, John Coltrane, não. Pulou para Blink-182, isso é que é uma mudança radical. Mas prefiro. Mais bobo e direto, mais pop, não precisa de esforço intelectual para ouvir. Ainda mais “No Future” feita na medida para ser hit, só não sei se alcançou tal intuito. Só me lembra o Manicômio. A parte boa de estar lá, os companheiros, em especial o Marinheiro. Me sinto velho. Provavelmente sou mais velho que a maioria dos que esculpem as estátuas que coleciono. Mas acho que não sou mais velho do que a maioria dos que colecionam. Hahahaha. Sou mais velho do que a maioria que acontece, que se destaca, que pena. Sinto que minha época passou. E ainda sonho com o futuro. Um futuro melhor. Para mim. Para o mundo. O que minha mãe me disse de estar levando uma vida egoísta me calou profundamente. Acho que é a própria definição da minha vida, vivo a vida enfurnado no meu quarto-ilha vivendo com meu ego. Desfolhando-o aqui. Mergulhado em mim mesmo. Mas não estou fazendo nada de errado. Também não estou fazendo nada de bom, altruísta, para o próximo. Ao próximo deixo apenas as minhas impressões da existência e concordo com a minha mãe que isso é muito pouco. É quase nada. Ou melhor, é nada. Mas não estou nem quero estar incluído na cadeia produtiva. Como já disse várias vezes, estar nessa roda-viva foi o que causou a minha derrocada psicológica. Prefiro viver essa vida muito egoísta do que mergulhar de novo no pesadelo. Queria que minha mãe entendesse isso. Foi falar nela e ela ligar, vai fazer um novo exame, da medula agora. Espero que dê tudo certo. Vou fumar um cigarro, preciso de um prazer para levantar o meu astral. Sei que um cigarro não vai fazer isso, mas vai ser bom de qualquer forma. Levantaria o meu astral ir ver “Blade Runner 2049” hoje.

15h58. Vou ver se me comunico com o meu amigo jurista sobre a possibilidade de ver o filme hoje. Comuniquei ao meu amigo da piscina que havia voltado da Alemanha e que estava com a carteira de cigarros dele aqui.

16h14. Perguntei ao meu primo-irmão se ele iria com a turma hoje, mas não vão. Minha mãe chegou e trouxe o chinês na medida certa para mim. Tanto na escolha quanto na quantidade. Perfeito. Meu amigo jurista queria ir hoje, mas tem que comprar material de limpeza. Não acho que vai dar para conciliar as duas coisas. Num rompante de gratidão, agradeci meu primo-irmão por tudo. Ele sempre foi – e espero que continue sendo – tão solícito, legal e amigo comigo nesses últimos anos. É uma pessoa ímpar. De coração bom. De Ella & Louis, “Moonlight In Vermont” pular para “Never Mind” do Infected Mushroom é outra radical mudança sonora. Gosto disso. Estou com a barriga cheia, aí me vem aquela preguiça de tudo. Acho que vou encarar o Half-Life 2. Vou nada. Agora não. O que encararia agora era outro copo de Coca-Cola.

17h19. Pensamentos sombrios querem tentar criar pernas na minha cabeça. Que ridículo. Acho que vou tirar um cochilo. Minha mãe quer que eu vá com ela a uma consulta médica amanhã. Não sei em que posso acrescentar à ocasião, só sei que não vou poder escapar dela. Tenho a obrigação moral de ir. Dizer que eu quero ir é mentira. Coca gelada é bom demais. Queria que já fosse noite alta e eu tivesse a casa só para mim. Acho que vou realmente tirar um cochilo. Eita, “a” música. Meu coração emana uma luz enluarada. O amor é uma coisa muito estranha.

18h10. Iremos ver “Blade Runner 2049” hoje. Meu amigo jurista e eu! Que massa! Vou já me arrumar que ele disse que passa de 19h20 por aqui.

23h39. Voltei do cinema com o meu amigo jurista. Teve um momento que eu acho que nossas almas se desencontraram durante o lanche. Ele foi esperto, procurou nos atar pelo que temos em comum, os games. Conseguiu. Só fiquei com vergonha de me reconvidar para a première de Super Mario Odyssey. Sobre o filme, o que achei? Em uma palavra lento. Muitas coisas jogadas no roteiro sem muita explicação. Mas não é ruim. É mui belo. Tem que ir ver no cinema. E ouvir no cinema. O som e a imagem são massa. O 3D, como sempre, tive dificuldade em apreender então minha opinião não conta. É um defeito meu. Um bom filme de ficção científica, mas não sei por que gostei mais de “Automata”. Ou “Ex Machina”. Mas não faz feio como continuação do original. Por mais difícil de engolir que seja a estória. A depender do nível de humanidade que você empresta à máquina, digo. Achei a ideia da esposa muito interessante. Mas um pouco chupada de “Her”. Gostei mesmo assim. Há duas mulheres lindas. E tá bom de spoilers. Foi uma saída boa, não fôra a pequena desconexão mental que houve entre nós. Talvez com mais um indo fique melhor. Vou tentar por o nosso amigo, meu primo-urbano, na jogada. Acho que vou escrever no Desabafos do Vate.

3h25. Pegar as medidas dos bonecos amanhã para fazer plano das prateleiras.

01 – Babydoll – H: 46 cm, 20,0 x 20,0 cm
02 – Woverine Custom
03 – Captain Marvel – H: 59 cm, W & L: 25,4
04 – The Thing – H: ?, 30 cm x 30 cm
05 – The Thing Maquette: ?
06 – Man-Thing – H: ?, 25 cm x 30 cm
07 – Daredevil – H: 43,2, W: 30,5, L: 29,2
08 – He-Man – H: 58,5, W: 25,4, L: 28 cm
09 – Skeletor – H: 54,1, W & L: 30,5
10 – Boba Fett – H: 47cm, W: 30,5, L: 28 cm
11 – Captain America – H: 58 cm, W: 17,8, L: 28 cm
12 – Rei Plugsuit – H: ?, 25 cm x 25 cm
12 – Hulk Bust – H: 66,1 cm, 53,4 x 53,4 cm
13 – Red Sonja? – H: 52 cm, W: 30,0 cm L: 25,4 cm

Sempre bom calcular a Sonja para ver quantos metros de estante eu vou precisar. Vou deixar o ar gelar mais um pouquinho e me deitar.

3h57. Não estou com sono e terei que ir amanhã com mamãe a uma médica de 14h00, que ozzy. Se dormir de agora ao meio dia, eu ainda durmo 8 horas. Vou me deitar.

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18h37. Cheguei do médico de mamãe afinal. E cá estou novamente. Isso começa a ficar repetitivo. O filme, “Blade Runner 2049”, por algum motivo ficou na minha cabeça. Acho que porque fui ver no cinema, nas condições ideais e é um filme que faz bom uso do cinema, as cores, o áudio, é um espetáculo visual, com efeitos especiais no mais das vezes sutis, econômico em computação gráfica. Não é um filme de ações, lutas e aventuras, é um filme noir no futuro. Assim como o primeiro. O Spooktacular da Sideshow não consegui acompanhar hoje. Meu padrasto chegou e está preocupado com a pressão de mamãe. Parece que mamãe não cumpriu o combinado sobre os remédios para controlar a pressão alta. Tomou só metade da dose. Liguei o som para me isolar da discussão.

19h01. Fui pegar Coca e tudo parecia mais calmo. Pensei ter ouvido minha mãe me chamar, mas foi engano. Ah, uma coisa que me fez rir e isso é raro, raríssimo. Para vocês verem como é meu senso de humor, ri desse Homem-Aranha serelepe do vídeo abaixo. Se conseguir fazer o upload dele.





19h10. Ainda me rindo do desempenho do super-herói. A sua interação com a placa merece destaque. Que estratégia de marketing campeã. Tenho que pegar as dimensões dos bonecos.


22h42. Meu amigo da piscina disse que vem quinta pegar aqui o cigarro.

0h32. Joguei até um bocadinho de Half-Life 2 hoje. Comi agora e escrever me parece algo sem sentido, sem vontade.

1h00. Vou tomar um banho e escovar os dentes.

1h25. Voltei, limpinho e cheiroso. E com novo copo de Coca. Acho que essa Coca normal está me engordando mais rápido ainda. Vou dar um pulo num projeto paralelo e, quem sabe volte para cá. Ou fico aqui? Ou bato um game?

A cena do Homem-Aranha é tão surreal que nem David Lynch conseguiria conceber. Que danado deu naquele ser humano para se comportar daquela forma? 1h44. Estava olhando os e-mails de promoção. Vai ter Forró na Casa Astral. Será que alguém vai? Da turma do meu primo-irmão? Incluindo o próprio? Se ele fosse, eu iria. Minhas mãos estão ásperas, como se ressecadas ou algo do gênero. O que quero e posso dizer mais aqui. Minha mãe acaba de me mandar dormir. 1h48. Disse que esqueceu de pegar a requisição de licença com a médica. A cabeça dela não anda nada boa. Disse-me que o remédio que tomava e que substituiu dá isso. E as inflamações nas juntas. Espero que o novo se mostre menos malevolente com mamãe. Esse é o esperado pela oncologista. Torçamos, então. Não sei se muda a parte da cabeça, mas parece que melhora muito a das juntas. Já é um grande avanço. Estou sem querer querendo ir à Casa Astral. Iria mais na esperança de encontrar alguma garota interessante e acessível. O acessível eu sei que depende da minha cara de pau, mas de repente aquela que trocou olhares comigo. Adoraria trocar mais olhares, sonharia com uma iniciativa da minha parte, mas é muito mais possível da parte dela tal movimento partir, que não partirá, pois ela não estará lá e provavelmente nem vou. E obviamente, eu posso ter imaginado coisas. E estava, pelo menos, sete quilos mais magro do que estou agora. O meu amigo jurista falou sobre começarmos a fazer exercício, somos muito sedentários. E eu fumo ainda por cima.

2h28. Minha mãe me deixou encasquetado com essa história de planejar o meu quarto. Já descobri que o meu plano original de expor todas as minhas estátuas de um lado só é impossível, pois precisaria de mais parede do que é possível colocar. Vou ter que dividir em duas prateleiras, cada um de um canto do quarto. Já sei que prateleira virá até mim por sobre o computador, pois precisa ser muito mais larga que as que há aqui para abrigar as peças. Nada disso é muito legal, mas é o que vai dar para fazer. Ainda me pego rindo do Homem-Aranha. Sou muito besta mesmo. A pobre criança indo saudar o seu herói e ele com um comportamento tão peculiar. Espero que dê para fazer o upload. É preciso a arquiteta aqui para debater soluções. Principalmente em relação à minha TV. Vou me preparar para me deitar. 2h50.

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Em teoria o boneco do Swamp Thing seria lançado hoje. Vamos descobrir se aconteceu.

16h21. Ainda não. Mas parece que mostraram o Swamp Thing no Sideshow Live. Peguei começado. Mas não está na página de links afiliados ainda. Então, não vale quase nada para mim. Serviria para eu descobrir o mistério sobre o preço e as dimensões. Mas acho que não quero ele tanto quanto a Red Sonja. Até porque, pelo que mediram num Sideshow Live passado, ele tem mais de 65 cm de altura. E agora com o projeto do meu quarto mais avançado, vi que todos as minhas estátuas têm menos de 60 cm de altura, então quero pôr a estante de cima com esta altura ou um pouco mais, mas não com 70 cm, senão fica alta demais para eu alcançar os DVDs e jogos que tenho. Que pretendo colocar acima dos bonecos. Uma coisa que não tem nada a ver com estátuas é que não gosto de comer na frente dos outros e uma que gosto menos ainda é comer sem ter fome. Não tenho fome quando acordo, meu organismo não está condicionado dessa forma. Minha psique não está condicionada dessa forma.

17h05. Acordei tarde hoje, por volta das 15h00. Mecanicamente e sonolento, troquei de roupa e fui comprar as Cocas. Antes que a preguiça pudesse se apoderar de mim e começar aquele duelo entre vontade e motivação que é muito chato. Fui logo sem pensar, pois logo que acordo, demoro a ficar realmente alerta. Minha mente é lerda para acordar. Já estou mais desperto agora, claro. Também não levo tanto tempo assim para despertar. Mas confesso que a maresia do sono não passou completamente. Queria completar esse blog com o desfecho da minha batalha para conseguir a Red Sonja. Se sairei vitorioso ou não. E, posso dizer uma coisa? Agora, nesse exato momento isso não faz a mínima diferença para mim. Gostaria que quase todos os meus bonecos sumissem magicamente. Menos os que tenho vínculo afetivo. Pois é, crio vínculo afetivo com coisas, sou materialista e consumista/capitalista a esse ponto. Dois arrotos bons que ficariam confinados à privacidade do meu quarto ilha se não os tivesse descrito aqui para todo mundo ler. Me incomoda quando alguém arrota perto de mim, resquícios da etiqueta que me foi ensinada. Mas acho que na privacidade que lhes é cabida, todos deveriam se sentir livres para dar sonoros e prazerosos arrotos. E fiquemos só nos arrotos. Incrível como essa coisa de escrever me atrai e me preenche. Eu pedi por isso, eu praticamente direcionei minha vida para que isso acontecesse. E não me arrependo. Só me arrependo de estar me distanciando dos demais. Não sei porque isso se dá. É um mistério, mas cada vez me basto mais. Tirei o cortador de unhas do buraco em que o enfiaram com certa dificuldade. Corto minhas unhas amanhã, impreterivelmente. Hoje já não há luz para isso. Corto na varanda e a luz de lá é muito fraca, não sei porque mamãe optou por algo tão escuro, talvez para dar o clima de algo mais íntimo à luz de velas, sei lá. Penso em encarar o Half-Life 2, mas a tal da batalha entre vontade e motivação vai levar algum tempo até ser definida. Ainda mais quando estou fazendo o que realmente quero que é escrever aqui e estou tão mal de mira no game. Acho que vou revisar e postar o que escrevi no meu projeto paralelo.

18h06. Postei o vídeo do Homem-Aranha no meu projeto paralelo e ele ficou bem pequeninho. Dá para entender a cena pelo menos e já sei como vai ficar aqui. Agora aconteceu uma coisa estranha no login. Não sei por quê. Espero que não seja mais ninguém acessando. Certamente no meu novo quarto não vou querer gavetas embaixo da bancada onde escrevo. Elas me impedem de cruzar minhas pernas confortavelmente. E vou querer a cadeira mais resistente e confortável possível. Quando me pego pensando na Casa Astral agora, só me vem os olhares trocados com a garota. Pensar que essa foi a interação mais íntima e recíproca, quero crer, que tive em termos de paquera é um tanto quanto decepcionante. Não sei se decepcionante para mim, foi bom para mim, mas não é o que a sociedade espera de um adulto sexualmente ativo. O problema é que não sou exatamente sexualmente ativo. Não vivo em razão do sexo como prega a sociedade e os hormônios que não mais possuo em grande quantidade. Na minha adolescência a descoberta e a prática do sexo me foi muito prazerosa e recompensadora. Mas hoje acho algo tão terciário. Ouço puro lixo mesmo. Essa versão de música de videogame com um coro de uma mulher só é triste. Ainda bem que é curta. Acho que não vou esperar o desfecho da Red Sonja para postar esse texto. Aposto que minha mãe foi ao supermercado e vai me ligar já-já para que eu a espere para tirar as compras do carro. Coisas da vida. Espero que não, mas tudo a mim indica que sim. Mandei o Homem-Aranha para o pessoal da minha antiga agência de publicidade. Queria poder divulgar no grupo dos meus sobrinhos, mas isso geraria a ira da minha cunhada. Tá bom, tá bom de me divertir com isso. Como previ minha mãe ligou para eu ir pegar as compras no carro.

19h24. Estou de volta, peguei as compras no carro, dei uma mão na arrumação, tirando as compras do carrinho e separando por categorias e agora volto ao meu quarto-ilha. Ela tem uma reunião de condomínio dentro de cinco minutos (não sei se vai) e meu padrasto assiste a votação sobre a continuação ou não do processo investigativo contra o nosso atual presidente (Temer). Parece que Luciano Huck quer se candidatar à presidência. Não digo nada ganhar. O que isso diz do Brasil? Uma vitória de um apresentador de TV boa praça? Que o brasileiro está totalmente desacreditado da classe política. Eu me questiono se eu mesmo não votaria nele, se pudesse votar. Embora ache que ele seja um pouco à direita demais para o meu gosto. Sei lá, numa conjuntura política tão complicada quanto a que vivemos, é até uma dádiva não votar. Minto, preferia que esse direito não tivesse me sido cessado pela minha condição jurídica. O meu amigo jurista me lembrou de uma parte da minha vida da qual não guardo recordações nítidas, me falou de um personagem que esteve aqui pelo prédio e de um evento específico. Do evento me lembro que aconteceu, mas não me vêm imagens. Ter a memória tão sequelada me incomoda. É como se minha vida fosse menor, mais curta, murcha como uma passa em relação à uva. Me lembro cada vez menos do passado. Ou só me lembro do passado daquilo que me foi realmente marcante. Interessante é que, derivadas da quase não-lembrança citada pelo meu amigo jurista, eu puxei várias outras, ruins e boas e vejo que ainda tenho um arquivo razoável delas, ainda bem. Mas muitas, muitas se perderam. É comum me contarem fatos em que estive presente e eu não me recordar de nada. É muito mais comum do que me recordar, infelizmente. O meu amigo jurista é uma excelente companhia. Não deixa o papo morgar, reabre o assunto quando um daqueles intermináveis silêncios se faz. Isso é uma qualidade fundamental numa boa companhia. Algo em que fico devendo. Principalmente nas circunstâncias em que estávamos, ou estamos, de muito tempo distantes, sem um universo em comum que possamos compartilhar. Tal universo aos poucos se constrói. A cada nova saída. Ou assim quero crer. Agora estou animado para a première de Super Mario Odyssey na casa dele. Tenho curiosidade de conhecer o seu habitat. O seu lar, que ainda nem sei se pode ser considerado assim, pois se mudou há tão pouco tempo e deve haver tanto a arrumar que nem deve ter tido oportunidade de se acostumar/aclimatar com o local. Preciso cortar as minhas unhas. Estão realmente grandes. Acho que hoje vou me trair como sempre. Nenhuma novidade nisso. Não dou certeza, mas acho que é o mais provável. Gostaria que minha mãe aprovasse a Red Sonja. Já começo de novo a ter muito apreço pela figura. Mais ainda depois de ver o sorriso da Wasp que lançaram hoje. O que aconteceu com a Red Sonja foi um pequeno milagre. Uma coisa não intencional que deu origem à expressão mais sutil já alcançada em uma estátua. Ouso dizer de qualquer tempo. Algo semelhante ao enigmático sorriso da Mona Lisa. Sempre vejo estátuas com expressões bem definidas, essa foge à regra, há quem vá ver um sorriso, há quem não, eu creio. Eu vejo o sorriso ou quase-sorriso e ele me encanta. A figura como um todo me encanta, mas esse detalhe é o que mais me atrai à figura. É uma estátua bem sexy, isso ajuda. Não gosto dos seios fartos, mas é uma característica da personagem. E eles não estão assim tão fartos como de costume e o corpo em si não tem proporções heroicas e musculares, é bem feminino. Bom, amei a estátua e gostaria de tê-la na minha coleção. Seria um bom fechamento, já que o Swamp Thing se afigura agora como um sonho distante, virtualmente inalcançável. Só se com o que eu arrecadar, se arrecadar, com links afiliados eu conseguir verba suficiente para comprá-lo. Vixe, isso já está com oito páginas de Word. Acho que o dia de hoje vai ser o último a ser retratado aqui antes da postagem. Postagem me lembrou viagem. Talvez com a troca de remédios mamãe possa viajar mais inteira, isso é bom. Não queria viajar. Pelo menos, esse é o meu estado de espírito nesse momento. Eita que o Spotify gostou de Skid Row. Hahahaha. Coloquei a discografia do Guns n’ Roses para ouvir em modo aleatório e adicionei um bando de músicas deles na lista 6, que não para de crescer. Talvez chegue um dia em que apague a lista 6 e comece uma novinha em folha. Se bem que não preciso apagar, posso mantê-la por razões de nostalgia. Não pago a mais por isso. A pouquíssima memória que isso ocupa nos servidores do Spotify é por conta deles, então, posso mantê-la. Estou ouvindo Guns e não estou gostando. Qualquer coisa, apago o que coloquei na lista 6. Lembro de tia Z ouvindo isso, pelo menos esse lado há de bom. Coloquei Faith No More. Já acrescentei os dois primeiros discos à lista 6. Estou ouvindo o mais novo deles e confesso que não me agrada, mas por alguma razão me agrada mais que Guns n’ Roses.  Acho que ele canta na segunda música “leader of me”, coisa que eu deveria ser a essa altura do campeonato, mas devido à curatela não sou por completo. Mas acho que sou mais que muita gente. Acho que ninguém é por completo só quando está sozinho consigo mesmo, mesmo que no meio do mundão. Eu tenho muito tempo comigo mesmo e nesses longos momentos me sinto líder de mim. Em verdade, eu sou líder de mim na maioria do tempo. Não estou vinculado a nenhum emprego, nenhum instituição, estou só ligado à autoridade da minha mãe e minha mãe está muito melhor do que já foi. Eu vivo o que sempre sonhei, pensando bem. Não há muito mais que precise ter. E faço o que quero que é escrever. Seja aqui ou em quaisquer dos meus projetos paralelos. Tenho quatro canais para escrever ao todo. E posso criar quantos mais achar necessário. Mas estou satisfeito com esses. Pensei que o Spooktacular iria me gerar um bom post para o blog de bonecos, mas não sinto a mínima vontade de escrever para ele. Acho que de tanto ver rostos belíssimos no Pinterest, eu fico ainda mais seletivo no que tange mulheres. Não, acho que isso é um pensamento ridículo, existem as que me atraem e as que não me atraem. E não precisam ser tão belas quanto as que coleciono no Pinterest. Até porque belezas tão plenas são extremamente raras. Pelo menos aos meus olhos. Quero ir para uma página em branco, mas não ainda. Quando a noite for minha, quando me torno o mais líder de mim que posso ser. Se bem que hoje fui muito líder de mim por muito tempo. Eu sou muito líder de mim, nem que para isso eu tenha restringido o meu mundo ao meu quarto-ilha. É como me sinto mais livre. Praticamente (auto) aprisionado em um quarto. Mas com todas as minhas necessidades saciadas – menos carinho e intimidade de amantes, companheiros –, que são poucas, ter Coca para beber com muito gelo, ter o que fumar, e poder escrever ouvindo música. O disco novo do Faith No More é chato. Ainda bem que não é estridente ou pesado demais. Coloquei o penúltimo para ouvir. É um pouco mais melodioso talvez, menos maçaroca sonora. O outro tem um som muito compacto, parece que tudo está equalizado na mesma altura, sei lá, todos os espaços preenchidos. O Pinterest está demorando séculos para carregar e isso é um alívio, não ter que fazer seleção de fotos de figuras belas para a minha coleção particular, não estava com paciência para isso e não estava com paciência para esperar carregar as páginas.

21h39. Depois da visita da minha mãe, eu fui dar uma desopilada no Instagram. Não vi nada de interessante. Mas momentos felizes havia aos montes. O Instagram parece ser um lugar ainda mais feliz que o Facebook. Nunca tinha parado para dar uma olhada mais demorada nas fotos da galera. São fotos de exibição. Exibir coisas que achem boas. Curioso. Não aguentei muito tempo.

22h03. Estava conversando com mamãe na cozinha. Dando uma socializada com a véia.

22h23. Acabei de ver as fotos do Pinterest, selecionei as poucas que me interessaram. Cada vez mais perda de tempo, pois só vejo fotos que já tenho. Que me agradem, digo. O pior é que nem sei ver a minha pasta. Então tudo o que fiz até agora, para mim, é o mesmo que nada. Eu, hein? Mas um dia eu descubro. Botei a pasta Sandy & Nirvana. É bom esse reencontro com essas canções, lembra de quando mamãe comprou o som e eu tive acesso ao Spotify pelo celular dela. Lembra também o show que fui de Sandy. 22h30. Acho que vou pegar mais Coca.

22h34. Nem quero pensar em ter que revisar tudo isso. Saco. Mas ossos do ofício. Sei que muito erro vai passar, mas é a vida. E a vida é bela daqui do meu cantinho de mundo.

22h49. Me perdi pela internet. Tenho várias coisas das quais preciso me desfazer, mas tem uma específica que me é muito difícil. Mas com essa possível reformulação do meu quarto, sei lá, de repente consiga me desprender das coisas. Tem muita coisa do meu irmão. Não sei se ele vai querer se desfazer disso. Tem muita coisa de outros que também terão que ser desfeitas.

23h04. Pensei em mandar as imagens que eu produzi para o meu amigo cineasta pelo WeTransfer. Mas primeiro preciso perguntar a ele se ele quer receber. São mais de sete gigabytes de vídeo. Ainda bem que cada pasta tem menos de dois, capacidade máxima de envio do WeTransfer. Vou ver se lembro de mandar um e-mail para ele perguntando.

23h33. Nessa hora tão tríplice, eu assumo a minha outra persona. Ou outro projeto, como queiram.

1h38. Vou fazer a minha refeição e ir dormir.

1h57. Fiz a refeição, fumei o meu cigarro da noite e acho que vou tomar um banho para dormir. Estou com uma preguiiiiça... acho que não vou, não. Amanhã tomo. Quer dizer, quando acordar e tomar coragem. 2h00.  Vou botar o resto da Coca para tomar e ir dormir.

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15h46. Estou aqui, para variar, sem saco para nada. Para variar, cortei as minhas unhas, o que torna digitar uma experiência táctil mais prazerosa. Acho que a Red Sonja não vai sair. Minha mãe está amuada comigo porque não como na hora do almoço. Disse que vai desestressar disso, deixar para lá, mas é um processo difícil para ela. Acho que há a mão do meu padrasto aí. Nessa tentativa de aceitação. Ela está meio com o lema de não se estressar com nada, diminuir o nível de estresse, e isso abrange não se estressar com as peculiaridades do meu comportamento. Tomara que ela consiga fazer isso a contento. Seria bom para os dois. Ela tem que conscientizar que sou um animal noturno. Apenas isso. E sou um cara que não tem obrigações laborativas outras que não escrever aqui, logo os meus horários podem ser díspares dos do resto da humanidade. Eu conquistei isso. É difícil ter um filho como eu? Difícil seria se eu tivesse filhos e eles coabitassem essa casa. Ter um filho como eu é a coisa mais fácil. É só me deixar que eu supro as minhas necessidades quando elas se me apresentam. Prover as coisas que necessito para viver, Coca, cigarro (pouco, pois tenho o Vaporfi), comida, remédios e pronto. Ah, e internet. Embora a use muito menos que a média dos meus amigos, eu acho. Para eles, é uma forma de distração, para mim é mais uma fonte de serviços e produtos. Por falar em produtos, queria comprar a trilha sonora do Super Mario Galaxy orquestrada, mas não sei como comunicar isso à minha mãe. É um item barato e me faria muito gosto ter como meu CD de ninar, mas ela vai achar que é puro consumismo. O que na verdade é, como enumerei acima, o CD não está dentro das minhas necessidades básicas, logo é supérfluo. Eu sei que há supérfluos que aumentam a qualidade de vida. Mas seria pedir muito da minha mãe que compreendesse isso também. Talvez, de posse do valor que lhe pedi para a viagem, eu possa fazer essa aquisição. Se der tempo de chegar enquanto estiver nos EUA. Ela já está no estresse da Red Sonja, terá que se decidir amanhã se quiser as menores parcelas. Eu não sei nem se tenho coragem de indagar sobre a estátua. Mas indagarei.

17h25. Fui comprar os cigarros e voltei. Pensando no meu quarto e em como será formatado para acomodar a minha coleção. Mas não quero pensar sobre isso agora. Talvez tire as medidas do quarto hoje com a fantástica faxineira, mas não estou muito disposto. E já está tarde, ela precisa ir para casa, ela tem uma vida, não é nossa escrava. Eu próprio rejeitarei se ela quiser vir medir o quarto hoje. A essa hora é demais. O que mais posso dizer? Detesto esses momentos em que não me vai nada a mente. Estão passando só as músicas mais novas que botei no Spotify. Não gosto do modo aleatório do Spotify. Mas essa preferência pelas coisas mais atuais que foram postas na pasta deve ser algo baseado em estatísticas de gosto dos usuários. Hoje é um dia que tirando a interação com o meu amigo da piscina, a quem finalmente entreguei a carteira de cigarros, será completamente esquecível na minha existência. Não me incomodo muito. Pior seria se fosse um dia marcado por algo ruim. Prefiro a brandura estéril de um dia normal. Uma leve vontade de jogar Half-Life 2 surge, mas eu e você que está lendo este blog sabe que isso não vai dar em nada. Pelo menos não em mim jogando Half-Life 2. Vou lavar minhas mãos e limpar meus olhos.

17h47. Nada a relatar. Nada sopra as velas da minha alma em nenhuma direção. Opa, o Spotify voltou a tocar as músicas antigas. As novas devem ter se esgotado de ontem para hoje. Infected Mushroom. Mamãe mandou abaixar o som. Acho que se já vim até aqui, tenho que ir até o desfecho da Red Sonja. Como não tenho nada a dizer, vou aproveitar e revisar esse texto até aqui.

18h42. Revisei. O interessante é que quando releio, não acho que seja um texto chato de ler. Ele tem uma cadência legal. Só o conteúdo pode não agradar. Aí é a vida, a minha vida que é deveras desinteressante. Não sei se eu sou um personagem interessante, mas a minha vida é muito sem graça. Não posso dizer que corri uma meia-maratona ou que esquiei ou que minha namorada vem jantar hoje aqui. Gostaria que a minha namorada morasse comigo. Viesse dormir todo dia ao meu lado. Vivesse sua vida, corresse atrás dos seus interesses, mas que todo dia a tivesse, mesmo que só que à noite.

19h06. Votei em Mallu para duas categorias de um prêmio que está concorrendo. Isso me lembrou que eu tenho os dois CDs para entregar às minhas amigas psicólogas e que eu estou pensando em cortar relações com elas pelo bem de todos esses anos de amizade. Para que pelo menos eles valham. Se é que isso vá fazer alguma diferença para elas. Fará para mim. Uma doída diferença. Mas válida, eu acho. Isso ainda está indefinido dentro de mim, mas sinto forte inclinação para tomar essa atitude. Eu posso ser ingênuo, mas acho que todo mundo roubou no governo Dilma, menos ela. Se ela sabia? Não de tudo, mas aprendeu que era assim que funcionavam as engrenagens políticas do país e fez vista grossa. E bote grossa nisso. Mas que ela se beneficiou, monetariamente ou de outra forma que não política, para aprovar o que precisava ser aprovado, acho que não. Essa é a visão que faço do caso. Por que mudei de assunto? Por que passei na frente da TV e estava passando política, da qual não entendo nada. 19h34 e não estou com vontade de escrever nada, pois nada acontece na minha vida. Acho que vou tentar o Half-Life 2. Hahahaha.

20h11. Pior que agora eu joguei um bocadinho, mas morri duas vezes e perdi o saco. Aí tentei o Street Fighter 3rd Strike e além de achar os gráficos horrendos, minha habilidade no jogo e a configuração dos botões não poderiam estar piores. Olhei para o monte de jogos que tenho instalado em meu HD e não sinto ímpeto de jogar nenhum. Talvez Tomb Raider ou Uncharted 3 ou Dragon Age. Mas nenhum me dá realmente vontade de jogar. Isso é tão triste para mim. Será que é assim o fim de um gamer? Ele simplesmente perde o interesse por jogar? Eu simplesmente perdi o interesse por jogar? Não pode ser. Tem algo errado nesse cenário. Não sei o que é, mas vou descobrir. Não há muito mais coisas que eu tenha por descobrir no meu quarto-ilha.

20h20. Mamãe veio me dar boa noite com um monte de recomendações e uma crítica. E perguntou para onde eu estava escrevendo que não havia aparecido mais nenhum post. O que significa que ela continua de olho nesses escritos. É a vida, é a vida. É um direito que lhe assiste. Amanhã ela receberá o novo post e amanhã saberei se comprarei a Red Sonja ou não. Quando ela me ligar para me acordar para ir pegar os remédios no Manicômio.

21h42. Descobri tudo sobre o Swamp Thing! Vai ser lançado amanhã, o preço era o que eu esperava, mais caro que a Red Sonja, claro, é uma estátua bem maior, mas se eu for comprar vai ser com as comissões que espero converter e que cada vez mais gente desiste diminuindo os meus ganhos. É incrível como tem gente que dá a entrada na figura – 10% do seu valor – e depois, puf, desiste. Ah, o Swamp Thing não vai ser feito de resina, mas de vinil e PVC. Eles disseram que foi para capturar os detalhes da escultura, mas acho que também foi para evitar que se quebre no transporte. Acho até que mais por isso que pelos detalhes. Mas não vou testar a paciência da minha mãe por causa do Swamp Thing, por mais que tenha comunicado a ela tudo por e-mail, desde o envio do Hulk diretamente para o Brasil quanto a intenção de finalizar a minha coleção com a Red Sonja e o Swamp Thing. Por sinal fiz uma pergunta sobre os materiais usados para fazer o Swamp Thing que está dando o que falar. Me divirto ainda no maravilhoso mundo dos bonecos.

22h42. Estava lá, no mundo dos bonecos, hoje ele me pegou, me envolvi num debate e gosto de acompanhar. Vou tomar o meu remédio. Estou pensando em escrever lá no post. Fiz uma dissertação lá. Pirei na batatinha. E terminei de forma ainda mais polêmica com o comentário que adicionei, pois não tinha postado a dissertação ainda. 23h15. Um cara gostou da minha colocação. Me divirto. Achei que o que postei foi a minha percepção mais sincera do caso, porém.

0h05. O último cara que entrevistei me mandou uma mensagem. Quer ser entrevistado novamente, como havíamos combinado, uma entrevista estendida. Saco nenhum de fazer isso nesse momento. Ainda bem que ele disse próxima semana. Acho que vou incluir a polêmica do vinil/PVC/polystone para ele. Tenho que me lembrar. Vou tomar banho.

0h51. Banho tomado, dentes escovados, limpinho. Pena que vá tomar um leite com Toddy.

1h01. Não tomei leite com Toddy. Comi o resto do Nescau para mamãe não fazer um leite ralo de chocolate para mim amanhã. Quem me dera ela fizesse um de Toddy com Ovomaltine. Já estou me preparando para dormir. Não permanecerei mais tanto tempo aqui. É bom que durmo mais cedo, mais fácil eu acordo amanhã. Só há lados bons em se dormir agora, mas ainda estou com fome. Tenho que achar alguma coisa para comer.

1h13. Comi picles e botei um copo d’água com o resto do gelo. Boa noite. Até o capítulo final da Red Sonja mais tarde.

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11h53. Fui acordado para ir ao Manicômio pegar as receitas dos remédios. Já fiz isso. Em teoria em breve o Swamp Thing vai ser posto para pre-order. Não sei se vai vender sendo feito de vinil e PVC, mas pretendo postar o link afiliado, se for rápido o suficiente. 12h33. Acho que vai ser posto à venda às 13h00. Preciso ficar atento. Acordei muito cedo hoje. Tico e Teco ainda não despertaram a contento. Mas não vou dormir de novo, eu acho. Não quero, só não sei o que vou fazer com um dia tão grande. Acho que escrever aqui ou em quaisquer dos outros projetos. Posso escrever sobre o Swamp Thing ser feito de vinil e PVC. 12h38. Vou começar para ver o que sai.  

13h19. Postei o link afiliado, vamos ver se converto alguma. Mas duvido. Quando descobrirem que é feito de vinil e PVC vão cancelar.

15h34. Publiquei lá o meu post sobre o Swamp Thing. Vamos ver no que vai dar. Foi um post meia-boca onde levantei uma série de questões pertinentes e não respondi a contento nenhuma. Hahahaha. Mas pelo visto o Swamp Thing não está vendendo, já era para eu ter convertido alguma comissão a essa altura. Melhor, sobra tempo para eu angariar as comissões e poder comprá-lo. Meu personagem predileto. Mas isso só vai ser lá para o final do ano que vem. Vou reiniciar a máquina, pois o som diz que se conecta a ela, mas não conecta. Já tentei desligar e ligar o som várias vezes e não funcionou.

17h18. Já disse a mamãe o que queria do McDonald’s pelo WhatsApp. Reiniciei o computador e não funcionou. Tive que desligar e ligar de novo. Queria que mamãe chegasse logo com o lanche, gostaria de tirar um cochilo de duas horas pois pode haver night hoje. Mas esse post acaba com a resposta de mamãe em relação à Red Sonja. Se rola ou não.

17h38. Estava perdido no Facebook brasileiro. Queria sair hoje, eu acho. A Bodega do Eduardo foi sugerida, mas ninguém se manifestou. Eu teria interesse em ir para lá. Mandei um WhatsApp para o meu primo-irmão. Ele disse que estava meio ocupado hoje no grupo quando lançaram a ideia da saída, mas não sei o que isso quer dizer. É certo que não nasci encangado com ele, mas sem a sua presença fico mais desmotivado a ir. Mais do que naturalmente estou, digo. Queria comer o lanche e tirar um cochilo.

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13h36. Dormi supercedo ontem, logo depois do lanche e só fui acordar há poucos minutos. Não deu para perguntar da Red Sonja ontem. Nem deu para sair. Vou ver se pergunto hoje, mas confesso que estou sem coragem. Mas serei bravo como a Red Sonja e perguntarei. Este post tem que ter um fim. Espero que seja feliz. Que eu obtenha o consentimento para adquirir a estátua. Acordei até bem, Tico e Teco estão bem conectados. Minha mãe e meu padrasto foram ao almoço comunal do prédio, uma tentativa de reconectar os moradores do nosso condomínio de forma amigável, não só em torno dos acalorados debates das reuniões de condomínio. Espero que funcione. Como isso já está grande demais, acho que vou para um dos meus projetos paralelos. Depois volto aqui. Achei que minha mãe não queria a minha presença no almoço. Eu sei que ela só colocou duas pessoas – ela e meu padrasto – para participar do evento e, sabendo de como ando antissocial, me poupou. Mas acho que ela se sente um pouco envergonhada de me expor depois de tudo o que aprontei nesse condomínio. Compreendo e acato. E não gostaria de ir mesmo. Não sei se os filhos dos demais moradores participarão. Os que ainda residem aqui, digo. Acho que não. Minha tia-vizinha não levou sua princesa. Ouvi-os descendo, ela e o marido, enquanto fumava o meu cigarro. Não sei se porque Clementine tem algum evento para organizar hoje. Mas acho que é uma coisa voltada mais para os donos dos imóveis, a velha guarda e, quem sabe, os novos moradores. Não vou elucubrar sobre isso. Não me cabe. Saberei dos detalhes quando mamãe voltar. Espero que volte feliz e que o evento seja um sucesso. Que haja realmente esse clima de reencontro e confraternização. 14h04. Depois de muitas horas fechado, o computador deliga e perco o que não havia salvo ou o que não foi salvo automaticamente. Não sei se escrevi mais ontem, não me lembro. E agora tanto faz.

16h06. Minha mãe chegou do evento. Voltou contente. Nem perguntei dos funcionários. Essa era a parte que mais me interessava. Vou perguntar quando ela despertar, pois foi descansar, disse que foi desgastante para ela. Sempre teve esse costume de descansar após o almoço. Mas não é a mesma mulher, não tem a mesma vitalidade, espero que seja por conta do remédio e que a mudança a faça resgatar um pouco da energia e disposição.

16h25. Minha mãe veio me chatear para comer e para me interrogar se estou usando alguma droga. Que coisa mais incômoda. Quando tiver fome, eu como. O que há de errado em proceder assim?  Não estou condicionado a comer na hora do almoço. Problema meu. Eu só sei que não estou passando fome, sempre que quero, me alimento. Me sinto satisfeito. Quando a insatisfação se faz, vou lá e a satisfaço. Aí fica me interrogando, desconfiando, parece que quase implorando para que eu esteja usando alguma droga. Que saco. Se não fosse a minha mãe, eu mandava ir contar folhas caídas no outono, para não dizer palavrão. Mas deixemos esse evento para lá. Estou ouvindo “Volta” de Björk, algo bem mais acessível que o que iria começar a tocar. Que é doido demais até para mim. Chega a ser chato e incomodar os ouvidos. Tenho até uma boa quantidade de Coca no copo. Dá até pena tomar. 16h39. A tarde é bela hoje, vejo da minha janela. Uma muralha de prédios e uma brecha de céu. E um pouco de verde, que sempre agrada, acaricia, a visão. É uma pena que a maioria desse verde vá desaparecer pela ganância das empreiteiras. Eita, “The Dull Flame Of Desire”. Massa. Depois desse estresse com a minha mãe, já não sei mais como abordá-la sobre a Red Sonja. Que ozzy. Queria tanto essa estátua. Quero tanto ela. A mais bela figura feminina já feita, em minha opinião. Acho que o Swamp Thing vai ser uma daquelas estátuas que vão valer como o OG Hulk. Espero consegui-la com as minhas comissões. Pois sei que mamãe se liberar ou não a Sonja, não libera mais nenhuma depois, embora esteja no e-mail. Não quero desistir da Sonja e não desistirei. Vou poupar espaço aqui, já escrevi demais. Vou só botar o resultado da Red Sonja aqui e fechar o post.

Resolvi voltar aqui antes do resultado para relatar isso. 17h37. Escolhi o caminho do meio. Preparei as linguiças. Quando a fome bater, vou lá e como. Pelo menos ela vê que eu me movi em relação à minha alimentação. Que não é uma questão de birra, é uma questão de falta de fome. Ouxe, tem dois “Volta” no Spotify. “The Dull Flame Of Desire” está passando novamente. É bom que posto a ilustração que fiz da música. Ilustração é um pouco pretensioso demais, um sketch do Corel, que fiz com o que a música me traz enquanto a ouvia da primeira vez. Agora deu um branco sobre o que escrever. No Profeta agora, estou só à espera do sim ou não de mamãe sobre a Red Sonja para publicar o post. Espero que a linguiça fique com gosto de orégano. Não deu para fritar muito, pois senão queimava o orégano, pelo menos o cheiro de queimado que comecei a sentir me pareceu do orégano. Devia tê-lo posto depois de dourar as linguiças. Vivendo e aprendendo. Agora, abaixo da imagem, você descobrirá se mamãe deixou ou não eu adquirir a Red Sonja. 17h51.





18h31. Depois de uma longa conversa, minha mãe... liberou a Red Sonja! Ela virá quem sabe um dia embelezar a minha coleção. Vou realizar a compra agora. Um minuto. Chega estou tenso. É um momento de muita ansiedade adquirir uma figura tão querida há tanto tempo.  Provavelmente a última da minha coleção. A não ser que consiga converter as comissões e dê para pagar a maior parte do Swamp Thing. Mas isso, só no final do ano que vem. Inté. Uma boa vida do mais novo proprietário da mais bela estátua feminina já produzida. Ah, ainda consegui comissão por ela, pois comprei através do meu link afiliado. Pelo menos uma comissão que sei que vou receber. Hahahahaha.

Ah, e obrigado, mãe. Você deixou um garoto de 40 anos muito feliz.