domingo, 23 de setembro de 2012

Novas palavras




Palavras, minhas queridas palavras, emanação do meu eu, em verdade, meu próprio eu desnudo. Como estava com saudade de vocês, de sentir as teclas sob meus dedos emendando uma sequência que geralmente não gosto de saber onde vai dar, só de ir seguindo, como quem percorre uma trilha desconhecida sem saber o que vai descobrir na próxima curva ou se a estrada vai ser uma grande reta. Minha vida tem se desentortado, sinto isso dentro de mim. Podem ser as medicações apenas ou um movimento maior, da minha consciência, do meu comportamento ou tudo isso junto. Voto pelo tudo isso junto porque quero um pouco do mérito pra mim. Há atitudes novas, há até novo ânimo. Admito agora que estava muito doente de uma doença incompreendida e cercada de preconceitos. Eu mesmo ainda carrego muitos deles. Gosto de levar o mundo nas costas, mas não suporto o peso dos meus próprios erros. Esta é uma das atitudes que preciso mudar (embora meu projeto de vida atual seja um livro para criar o paraíso na Terra!Hahaha). Por falar nesse livro, descobri que tenho muito a pesquisar porque muito do que já escrevi já foi dito ou está sendo trabalhado pela ONU e suas subdivisões. Outras coisas, não tenho propriedade para concluir ou bases sólidas para deduzir, mas escrevi com o coração e pensando no bem comum da humanidade. Gostaria de dar forma crível a este trabalho e publicá-lo. É isto que tem preenchido o vazio deixado pela cola. Além disto, um embrião de idéia de uma lojinha de camisas estampadas no Facebook ou um estágio na primeira agência de verdade em que trabalhei, a Três Pontos (esta a mais assustadora das alternativas e também a mais improvável, pois eles presenciaram de perto manifestações nefastas da minha doença). Palavras, palavras queridas quanto egocentrismo; sempre tudo eu, sempre esse universozinho que habita minhas redes neurais. Bom o externo estará no livro. E, afinal, foi esta a trilha pela qual as palavras me conduziram.

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Mas quero ir mais longe, caminhar um pouco mais com as letras. Estou na casa da minha amada Tia Lúcia, um dos últimos recantos onde me sinto num lar. Não me sinto em um lar na minha própria casa porque lá são só minha mãe e meu padrasto. Lá eu me isolo. Aqui é como as casas do Divino, bairro da novela Avenida Brasil, sempre tem som, gente falando, pai, mãe, filhos, cachorro (nova adição à família), gato. É alegre, cheio de vida, de energia (se eu acreditasse que essas energias existissem).

Já aproveitei para matar minha secura de café – um item limitado no manicômio – com cigarros, derrubando uma garrafa deliciosa feita por Tia Lúcia. Provavelmente vai ter night hoje com meu primo-irmão Mateus e, quem sabe, mesmo estando a baleia que estou, eu assuma uma nova postura, mais corajosa, perante o sexo oposto e consiga carinho.


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Carinho, no planalto da minha alma não chove disso há mais de três anos. Não falo de carinho de família – neste caso há chuvas intermitentes – mas de carinho de mulher, de garota, uma que me encante. Quem sabe nessa night, assumindo uma postura diferente, não acabe chovendo na minha horta.