domingo, 11 de março de 2012

Mercado da Boa Vista



Mercado da Boa Vista. Conheci a de pele jambo, sua irmã mais braba e esperta, a de corpo elegante e longas e lindas pernas, a professora sorridente e fofinha (que me contou casos chocantes de indisciplina dos alunos) e sua serelepe, espevitada e magicamente encantadora irmã. Tão encantadora que me deu medo. Medo de desejar alguém assim tão capaz de atrair e cativar. Qualquer homem, qualquer um. Ainda bem que ela, com seus dezenove anos, me achou velho. Acho que ainda bem. Ela tinha qualquer coisa no seu jeito de ser, qualquer coisa de moleca misturada com mulher com pulga saltitante, nas proporções exatas de cada uma desses ingredientes, que me fazia sorrir. E ela tinha algo mais, que ela não revela logo de cara, que é mais profundo e que vi apenas de relance, entre uma e outra peripécia.

Saudade de me perder completamente em alguém. Saudade de estar completamente encantado. Saudade de coisas demais ultimamente.

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Quase ia esquecendo: vimos uma gatinha com o escudo do Tricolor tatuado nas costas!

Nostalgia e formatura



Olhei-a dançando e mesmo sendo de outro, a vi como se ainda fosse minha. Com amor e admiração, com encantamento. Foi bom e um pouco triste. Como diria o poeta, as idéias não correspondem mais aos fatos. Nostalgia. Momento Clementine.

XXXXX

A formatura não teve muita pompa. Isso deu ao momento um tom mais real, mais suado, mais bonito, um espelho do esforço de cada um dos formandos de estar lá. As pessoas à mesa formavam um mosaico da história de Clementine e foi estranho me sentir como apenas mais um dos ladrilhos. Do alto da minha soberba e por causa importância singular e insular que ela tem na minha vida, secretamente desejei um lugar de mais destaque, proporcional à recíproca, que não se mostrou verdadeira. A amiga de trabalho dela, que não aparenta jamais ter como filho um mancebo de vinte e dois anos, foi das companhias mais agradáveis da noite. Acreditei que poderíamos virar bons amigos, se a vida nos desse as oportunidades. Acabei ganhando dela o CD de Chico cantado por mulheres que ouvimos na ida e na volta do baile.

O encontro com a minha madrasta, outro ladrilho do mosaico, trouxe fortes lembranças do meu pai e por esse aspecto foi bastante doloroso. Por outro lado, o carinho que nutrimos um pelo outro não diminuiu e foi bom revivê-lo, apesar de talvez ser o único da minha família com capacidade para tal. Não gostaria de ser criticado ou espezinhado por ser a voz dissonante. Não há erro no carinho. Tomamos uísque com Redbull e achei a mistura bastante palatável.

A formatura veio para a nova graduada e para a sua avó – e madrinha na cerimônia – como a quebra de uma maldição e, por isso, mais significativa que para a maioria dos demais formandos. Espantou-me o número de etapas do evento, muitas delas, a meu ver, totalmente dispensáveis e até – fosse eu um dos concluintes – embaraçosas. Todos, porém, viveram com alegria cada detalhe. Afinal era a noite deles. A noite dela. Foi bonito de ver.

terça-feira, 6 de março de 2012

Votem!

A enquete está ali no canto superior direito do blog. É só clicar.

Números da sorte! :)

Abertura de novela inspirada em Zelda?




Pode ser coincidência, pode ser que não, mas a abertura da novela das seis, Amor Eterno Amor, lembra muito The Legend of Zelda - Skyward Sword, com sua grande ave vermelha voando por entre ilhas flutuantes. Compare e julgue por você mesmo.



E por falar em búfalos:

sábado, 3 de março de 2012

Cair da tarde

Fluxo podia ser um outro nome para o que eu quero escrever, pois é como eu escrevo.

17h02. Tarde linda, dessas que fazem valer a pena a condição de ser humano capaz de apreciar o dourado do sol nas árvores, a calma nas ruas, a brisa leve, de emprestar ao todo objetivo a beleza subjetiva de um olhar. Alumbramento. Uma trégua na dor de existir. Se bem que não ando angustiado como antes. Me sinto bem. Algo mudou, não sei como nem por quê. E não importa. Não importa muito, pois em verdade gostaria de saber os caminhos para voltar a me sentir bem, caso meu astral piore novamente. Mas não quero falar nisso. Vou fumar um cigarro e olhar a tarde cair.

17h20. Voltei e afirmo que é uma das tardes mais lindas desse verão. Como a natureza é bonita, rapaz. Como às vezes ela se exibe singela e majestosa para quem se dispõe a ver. Raramente ela é horrenda, mas quando é, quando expele anomalias, pústulas e morte, é terrível. Há certos animais repulsivos, mas não os vejo como coisas horrendas, apenas seres com os quais tenho pouca intimidade ou que carregam um peso negativo no ideário popular. Sim, tenho medo de baratas. E, sinceramente, não vejo base racional para isso. Por sinal, há uma enorme que ronda meu banheiro e meu quarto pelas altas da madrugada. Não tenho coragem de matá-la. Não tenho coragem de matar. Ponto. A única pessoa que mataria nunca consegui, tanto é que continuo a apreciar belas tardes e temer baratas. 17h29. Vou ouvir o set list de ontem. Eita, não salvei... 17h33. Fiz outro. Música. Outro presente da natureza. Na música, mais que em qualquer outra coisa, acredito que a emoção despertada é subjetiva. Ninguém ouve a mesma música da mesma forma. A música faz emergir emoções, imagens e memórias que só aquela pessoa viveu, vive, revive ou imagina e ninguém mais. Ouço agora uma música crepuscular que combina exatamente com este ponto moribundo da tarde, The Loudest Sound. Só que ela me lembra o pôr-do-sol à beira de uma praia deserta e sem verão. Com uma pessoa muito amada.

Eita, parece que as emoções despertadas pela música não são tão diferentes quanto supus. Olha o que eu achei.



Que irônico. É engraçado me descobrir tão errado de algo que tinha como tão certo. Será que há mais coisas assim, que eu desconheça estar totalmente errado? Deve haver. Será que as descobrirei todas? Isso é estranhíssimo.


Mirtile

Lindos ombros

sexta-feira, 2 de março de 2012

Só pra ter post


To Wish Impossible Things. A thing of beauty is a joy forever

Escrever algo para o blog. Vamos lá. Sem idéias. Ouvindo Cure. Fumar um cigarro.

19h21. Acabei de ver o capítulo final de A Vida da Gente. Foi aquela coisa morna como o amor de Rodrigo e Manuela. Ou pior, como o de Lúcio e Ana. O cara que me lembra a mim mesmo decide afinal escrever um livro. Deu vontade de perceber isso como um sinal. O vagabundo sonhador continuou vagabundo sonhador. Deu a mesma vontade. A primeira me aqueceu a alma, a segunda me gelou a espinha. Tenho anotado coisas, fragmentos que gostaria de transformar num todo maior e coeso. Falta só o que me falta sempre: coragem para agir.

23h18. Encontrei com um grupo de amigos que disse que leu meu blog. É estranho que esse blog esteja reverberando mais que os anteriores. É estranho ver minha palavra reverberar, atingir outros olhos, outras personalidades, outras imaginações. É uma sensação ao mesmo tempo boa e intimidante. Gostaria de ter ido com eles para onde quer que fossem, mas não poderia, tomei uma grande na quarta e por isso minha dose semanal de esbórnia já está para lá de esgotada para a minha mãe. O mal de ser vagabundo.

Os seus olhos são os mesmos olhos de menina. Da menina. De sempre. Seu olhar é loquaz quando se revela. Para quem se revela. Você só não olha para onde eu estou. E este não olhar diz muito. Diz que eu nunca vou poder reconhecer a menina que habita os olhos seus. Diz que até o fim será em vão, em não. Tanto faz. Não perderá esses olhos de menina jamais.



Jupiter Crash
O que dizer a Daniel sobre a minha não volta ao Facebook? Que depois de um cigarro, a vontade de sentar, ouvir The Cure e escrever isso foi maior? Não, é desrespeitoso. Preciso pelo menos voltar e me despedir dele. 0h56. É o que vou fazer. A música é...

0h58. Ele não estava mais lá e comentou que eu contei o final da novela que ele ainda não tinha visto. Foi mal x 2, Daniel. High. Céu. To Wish Impossible Things. Perfeita. Quero Ser John Malkovich. Perfeito. Álbuns perfeitos:

Disintegration – The Cure
The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars – David Bowie
Sobre Todas As Coisas – Zizi Possi
Porcupine – Echo & The Bunnymen
Nevermind – Nirvana
Ok Computer – Radiohead
Staring At The Sea  - The Cure
White Album – Beatles
Medúlla – Björk
A Nona Sinfonia de Beethoven – Filarmônica de Berlim com von Karajan.

Tá bom de pensar nisso. Trust do The Cure nos ouvidos. There is no one left in the world that I can hold onto/ There’s really no one left at all/ There’s only you. Quão desesperado é isso e eu nunca tinha percebido…

Acho que não vou publicar esse lixo. Tá muito sei lá o quê. Rolando A Letter To Elise.
1h30. Achei uma foto massa de von Karajan. Vai ficar uma lombra se eu postá-la em tamanho original.


1h33. Delírios como os do vagabundo sonhador da novela.
1h35 High. O set list recomeçou.
Eu perdi o CD da Nona Sinfonia... L
Tchurururu-tchutchurururu...
Sei não...
O fato de eu estar sendo mais lido pode decorrer de eu ter me tornado um personagem mais interessante, que desperte mais curiosidade de conhecer o interior. Como pensa uma anomalia social? Para o bem e para o mal? Quem vai tomar mingau? Em plena era espacial? Logo depois do carnaval? Ursinho Blau-Blau.
2h05. Pode ser o poder do Facebook.
2h06. Vou fumar.
2h11. Amanhã/hoje tem despedida de Pedrão, será que os astros conspirarão a meu favor?
Botei um set list com Joshua Tree – Perfeito – misturado com The Cure. Where The Streets Have No Name. Porra, vou assistir Rattle And Hum. Definiu minha vida.
O que falta é um Windows Explorer para o Google
15h52. Respiração pesada. Corpo pesado. Cigarro e descuido com a máquina que habito. Olhar grave e solitário que se transforma em candura ao mínimo contato. Alegria alcoólica. Alma quente e dilatada. Palavras desavergonhadas. Festa. Hoje será assim, talvez?